por Redação RIC.com.br
com informações da CMC

O presidente da Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto, afirmou que, com um subsídio de R$ 900 milhões, seria possível zerar o valor da tarifa cobrada do usuário pelo transporte coletivo de Curitiba (PR), que teve um reajuste de 22% na terça (1) e passou de R$ 4,50 para R$ 5,50. Ele esteve na sessão plenária da Câmara Municipal (CMC) nesta quarta-feira (2) e participou de um debate com os vereadores por 2h20.

Segundo o gestor, “seria necessário subsidiar R$ 720 milhões por ano para fazer a passagem a R$ 1,70, como Araucária”. Ele destacou que o município da região metropolitana chegou a esse valor após subsidiar cerca de 75% dos custos da tarifa e observou que “são sistemas incomparáveis”, já que o transporte da capital possui um custo muito maior, por ter mais usuários, frota e trabalhadores. 

“Eu não entendo por que lá é baixar a passagem e aqui é dar dinheiro aos empresários. Subsídio não é dar dinheiro a empresários. Eles prestam um serviço, assim como serviço de lixo é prestado à cidade”, opinou.

Ao todo, 18 dos 38 vereadores participaram da sessão e falaram com o presidente do órgão. Para alguns, falta transparência no sistema, que tem uma tarifa técnica de R$ 7,20. Esse é o custo do sistema divido por número de passageiros.

Maia Neto reforçou que o aumento dos custos e a tarifa social congelada desde março de 2019 que impulsionaram o aumento de R$ 1 no preço final pago pelo usuário. “Nós tivemos um aumento de 76% no óleo diesel, que é a fonte motora do transporte coletivo. E de 131% no biodiesel”, disse.

“Tudo isso empurrou componentes como pneus, cuja inflação no período ficou em 42,79%”, completou ele.

O presidente da Urbs sinalizou, ainda, que os combustíveis e lubrificantes, dentre outros componentes, representam 21,62% dos custos da tarifa técnica. Em 2021, o percentual girava em torno de 15%. “Temos uma diferença de 0,86 por passageiro, que é paga com subsídio”, continuou. O saldo resultará em um impacto de R$ 157 milhões ao longo de um ano – chamado de período tarifário, apurado entre março de 2022 e o final de fevereiro de 2023. 

Concordando com os problemas do contrato vigente até 2025 e que é necessário ajustar a divisão dos subsídios, o presidente da Urbs definiu que agora o objetivo central “é criar um novo sistema que não tenha esses defeitos”, atento à inclusão tecnológica. Ele considera que “infelizmente ele é muito caro para ser extirpado hoje” e que a revisão “levaria um tempo até o final dos contratos [2025]”. “Já reduzimos cláusulas contratuais desde outubro 2017, fizemos termos aditivos, fizemos muito cortes neste contrato, que é um contrato que não gostamos.” 

2 mar 2022, às 19h27. Atualizado às 19h31.
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