por Aline Cristina
com Cidade Alerta Oeste

A quarta reportagem da série, Raio X do Descaso, produzida pela equipe do Cidade Alerta Oeste, da RICtv, mostra as obras que “foram esquecidas” em Toledo, no Oeste do Paraná. Na cidade, há desrespeito com dinheiro público em todos os setores: saúde, esporte e educação.  Um projeto que tinha tudo para ser referência nacional está abandonado no município que fica a cerca de 40 quilômetros de Cascavel.

Em 2014, os moradores do Jardim São Francisco receberam a feliz notícia que o bairro receberia um dos Centros de Iniciação ao Esporte, obra que seria um legado dos Jogos Olímpicos de 2016. A promessa era de uma escolinha para crianças e adolescentes, mas, até agora, o que se tem no local são ruínas de algo que não tem prazo para terminar. 

São oito anos de espera e mais de R$ 1,5 mi investidos. Durante o trâmite, cinco empreiteiras abandonaram o projeto e para ficar pronto, atualmente, o espaço ainda precisa de mais de R$ 4,5 mi.

O mesmo impasse se repete em outra esperança para o esporte de Toledo e região. A área onde seria o Autódromo Municipal Rafael Sperafico foi comprada em 2012. A obra começou e parou inúmeras vezes até que o município percebeu que não teria verba suficiente para uma estrutura tão grande. 

Depois de anos de polêmica, a decisão foi usar R$ 2 mi para construir apenas a pista de arrancada. O primeiro evento aconteceu em 2018, pilotos de todo o país estiveram em Toledo para participarem da competição, mas, o que encontraram foi falta de estrutura. No local não há banheiro, espaços adequados para visitantes e o portal de entrada, sequer tem acesso para o local das competições.

20 anos de espera

Março de 2020. A pandemia da Covid-19 explode no Brasil e 18 municípios do Oeste do Paraná precisaram tomar providências urgentes para atender pacientes vítimas da doença. As alas lotadas e profissionais tendo que escolher quem vive e quem morre, pela falta de leitos.

Enquanto isso, a obra mais cara da cidade de Toledo e uma das mais polêmicas do interior do estado, estava parada por problemas judiciais. Quando estiver pronto, o Hospital Regional terá 60 vagas de internamento. Número que fez falta para o sistema que entrou em colapso

A comunidade aguarda há 20 anos pela obra que já custou mais de R$ 30 mi aos cofres públicos entre a construção e adequações. R$ 10 mi também já foram investidos na compra de equipamentos, que hoje estão em outros hospitais para suprirem a demanda da pandemia. 

A promessa, agora, é que o hospital abra as portas ainda no primeiro semestre deste ano, mas, para isso, profissionais precisam ser contratados e o mais importante: decidir quem fará a gestão da casa de saúde.

Educação

O Centro Municipal de Educação Infantil do Bairro Pinheirinho é outra obra que teve problema no contrato do município com as construtoras.

A prestadora de serviço abandonou a obra quando o prédio estava quase pronto para atender mais de 200 crianças. R$ 800 mil já foram pagos durante os sete anos de construção, mas ainda falta a parte elétrica e acabamentos.

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22 jan 2022, às 09h56. Atualizado em: 16 mar 2022 às 15h38.
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