Pedro Lourenço falou sobre as dívidas do Cruzeiro (Foto: Divulgação)

Com R$ 700 milhões em dívidas, quatro meses de salários atrasados e a dura realidade de disputar a segunda divisão em 2020, o Cruzeiro se vê em uma situação delicadíssima, conforme revelou Pedro Lourenço. Após participar de três reuniões do Conselho Gestor, responsável por resgatar o clube e suas contas, o vice-presidente de futebol externou a preocupação com o momento financeiro do time.

“Está muito pior do que pensávamos. Mas estamos trabalhando para criarmos um rumo para o Cruzeiro. Realmente, o Cruzeiro passou do fundo do poço. O que a gente pede é paciência para a torcida. Não vamos contratar, porque não temos dinheiro e os jogadores já vão para quatro meses de salários atrasados”, disse à Rádio Itatiaia.

“Os jogadores estão voltando, e nós temos compromisso que não sabemos nem como vamos fazer. Estamos reunidos aqui para tentar alguma criatividade e ver o que fazer. A situação do Cruzeiro não é apenas grave, é caótica. A torcida do Cruzeiro não merece passar o que está passando”, completou.

Lourenço ainda revelou que a dívida salarial da Raposa pode alcançar a casa dos R$ 60 milhões, caso os vencimentos de dezembro não sejam pagos até o dia sete de janeiro. O clube ainda terá que arcar com um débito junto à Fifa de R$ 52 milhões, sendo que em torno de 30% do valor precisa ser quitado também em janeiro.

“O que apuramos até agora é que são mais de R$ 700 milhões (de dívida). A da Fifa é de R$ 52 milhões. Tem que pagar quatro milhões de dólares (cerca de R$ 16 milhões) em janeiro. A folha do Cruzeiro hoje é de 15 milhões de reais. Ou seja, serão quatro meses (de atraso)”, explicou.

“Hoje não tem receita. Foi antecipado durante três anos para frente. A folha de 15 tem que reduzir… se você ver os salários no futebol, dá para a gente comprar outra rede de supermercado. É fora da realidade de qualquer coisa no Brasil”, finalizou o dirigente, dono de uma rede de supermercados em Belo Horizonte.

27 dez 2019, às 00h00.
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