Tiago Nunes revela incômodo com críticas, elogia Luan e diz que não usou Otero por hierarquia

O Corinthians voltou a tropeçar no Campeonato Brasileiro. Nesta quarta-feira, o Timão só empatou com o Fortaleza, dentro da Arena de Itaquera, pela quinta rodada do Campeonato Brasileiro.

Tiago Nunes aprovou a atuação de seus comandados, apesar de admitir os problemas que não permitiram a conquista dos três pontos, mas, principalmente, o técnico deixou claro o incômodo com algumas críticas oriundas da imprensa.

“Não vou falar em justiça ou injustiça, porque as avaliações são feitas em cima do resultado, pouco se avalia produtividade. Finalizamos mais, tivemos mais a bola, mas isso não tem significado no placar final. O que fica desse jogo é a entrega dos caras, o quanto se esforçaram”, afirmou.

Quando questionado sobre as dificuldades encontradas no jogo e o fato do Fortaleza ter tido chances claras de conseguir o gol da vitória nos minutos finais, Tiago Nunes voltou a externar sua insatisfação com a avaliação.

“A equipe também quase ganhou. O detalhe do quase perdeu e do quase ganhou é uma diferença, às vezes, de um metro que você chega antes e de um metro que você chega depois. Lógico que se tratando de Corinthians vocês normalmente tem uma avaliação de uma ótica negativa, eu já procuro olhar pela ótica positiva, que a equipe criou chances de gol, teve um volume grande, poderia ter tido uma vantagem ainda no primeiro tempo, e a questão de aproveitamento, que a gente sabe que muitas vezes… e quem é do futebol, sabe, quem jogou bola, sabe, quem é do vestiário, sabe, que é às vezes o momento da bola entrar para fazer a diferença”.

Tiago Nunes também não deixou de rebater uma indagação sobre quando o Corinthians deve “encaixar” para apresentar um futebol que possa levar a equipe a lutar pelo título.

“A encaixar ou não, infelizmente as avaliações são em cima dos resultados. Se tivesse vencido, teria encaixado, como não venceu você traz essa fala que não encaixou”.

Luan

O técnico corintiano não quis garantir o retorno de Luan à titularidade da equipe e também aproveitou o momento para cobrar mais respeito nas críticas feitas em cima do camisa 7 do Corinthians.

“A titularidade é momentânea, depende muito das atuações. O Araos fez gol contra o Atlético e saiu para a entrada do Luan contra o Grêmio. Não significa que vai ficar como titular ou reserva por causa de um gol. Parabenizei o Luan, fez gol, já tinha mandado uma bola na trave, conseguiu imprimir um bom volume pra equipe quando entrou”.

“Sobre os jogadores comemorarem com ele, só mostra como é um atleta querido por todos, e mostra como os jogadores se preocupam com seu companheiro, porque o Luan, existe uma expectativa, ele apanha muito de vocês da imprensa, às vezes pegam muito pesado com ele, não precisa ser assim, pode ter um pouquinho mais calma, de tranquilidade nas avaliações, porque ele é um atleta, assim como os outros, que merece respeito e carinho por toda sua trajetória e por tudo que ele vem produzindo para o Corinthians”.

Otero

Rómulo Otero, novo reforço do Corinthians, foi relacionado para o jogo, mas ficou no banco de reservas o tempo todo e não fez a estreia com a camisa alvinegra. Tiago Nunes explicou o motivo por não ter utilizado o venezuelano, conhecido pela batida na bola, principalmente em cobranças de faltas.

“Otero é um atleta que tem, sim, o atributo do chute, mas não é um kicker do futebol americano, que entra pra chutar. Ele tem que ter outros atributos, é um cara que tem que ter um contra um, hoje com o espaço reduzido era difícil ter oportunidade de chute, era complicado por dentro, a condição seria mais pelas laterais. Otero chegou há pouco, está se ambientando, tivemos boa atuação dos caras que entraram, do Vital, do Gustavo, o próprio Mauro (Boselli), o Luan e já tinham atuado bem no jogo anterior, o próprio Gustavo com gol também. Temos uma escala de hierarquia dos que estavam jogando, o próprio Vital passou por uma amigdalite, tinha preferência para entrar hoje e aos poucos Otero vai sendo aproveitando, vai brigando por seu espaço, pela posição”.

Análise do jogo

“Tem muito mérito do adversário em conseguir neutralizar as ações, o jogo foi disputado quase todo o tempo em 50 metros de campo, você fica com espaço reduzido, tem de buscar combinações rápidas, alterar jogo por dentro, por fora e o desequilíbrio no um contra um. Tivemos dificuldades nos duelos, quando criou, conseguiu chegar na área, teve chances, no primeiro tempo merecia ter feito um ou dois gols, no segundo tempo, tomamos gol num tiro de meta, demoramos para fazer a cobertura, estava o Sidcley e o Cantillo, e a partir daí abri a equipe, deixei mais leve ainda, mais ofensiva, empatamos e tentamos forçar pelo segundo gol, coisa que não foi possível”.

27 ago 2020, às 00h57. Atualizado às 01h15.
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