Rueda explica saída de dirigentes do Santos: “Não podemos perder credibilidade”

O Santos pensava em mexer no departamento de futebol apenas no fim da atual temporada, mas mudou os planos na última semana, quando demitiu o superintendente Felipe Ximenes e o coordenador Marcio Santos.

A decisão tem a ver com diversos fatores, mas principalmente o clima com elenco e comissão técnica. O presidente Andres Rueda explica.

“Nem sou louco, né? Obviamente eu estava completamente tranquilo sobre qualquer mal-estar na nossa comissão técnica. Por que adiantou um pouco? Eu prego isso, converso com os jogadores e sinto vergonha do clube dever para qualquer funcionário. Pior do que isso é falsa promessa. Eu não vou prometer sem ter certeza sobre garantia de cumprir. E houve o caso no vestiário, promessa, que gerou certo mal-estar. Sobre receber tal dia… Não tinha autorização de falar e isso nem foi discutido. Tive que fazer o que foi feito naquele momento. Não podemos perder credibilidade junto aos jogadores. Seria feito de qualquer maneira, é reestruturação de despesa, nada contra as pessoas deles. São salários altos e não condizentes com o que o clube pode pagar”, disse o presidente, em entrevista à Gazeta Esportiva. 

Ximenes não nutria boa relação com líderes do elenco e a situação piorou após a promessa de pagar os salários de dezembro no vestiário, em live com Marinho após a classificação contra o Boca Juniors. Ele deu entrevista anunciando o pagamento e nada foi pago. A atual gestão prioriza a transparência com os atletas. Prometer, não cumprir e capitalizar um erro com a divulgação do seu curso é o contrário do esperado.

No caso de Marcio Santos, o problema vai além. Como publicado pela Gazeta Esportiva, os novos dirigentes não entenderam a chegada do tetracampeão e muito menos suas funções. Não lidava com o mercado e nem com a diretoria, pouco conversava com Cuca e os jogadores e era um figurante nos treinamentos.

Como Felipe Ximenes sairia, o Alvinegro também antecipou a dispensa de Marcio Santos. Ambos tinham contrato até fevereiro e foram trazidos pelo ex-presidente Orlando Rollo entre setembro e outubro de 2020.

Com as saídas de Ximenes e Marcio, o gerente Jorge Andrade passa a ser a referência no departamento de futebol profissional. Ele tem ótima relação com o técnico Cuca. José Renato Quaresma, membro do Comitê de Gestão, está no dia a dia do clube como apoio e exemplo aos funcionários.

“Jorge Andrade é nosso gerente de esportes. Aquilo que eu comentei: Comitê de Gestão participativo nos dá a possibilidade de aproximar diretoria e níveis gerenciais. Isso faz as coisas serem bem agilizadas, com retorno rápido. O Jorge é nosso gerente, a nossa ideia é não trazer superintendente. Gerente será cargo máximo dentro do esporte. Vocês verão isso melhor com a entrega do organograma ao Conselho Deliberativo. Essa relação entre diretoria e estruturas do clube é fundamental. Resolvemos com agilidade, profissionais se sentem acolhidos e podemos ser ágeis para recuperar o tempo possível para equacionar. Receita sempre igual à despesa corrente. Se não fizermos isso, temo pela continuidade do clube. Será duro, não esqueceremos do elenco, mas será duro. Precisamos readequar”, concluiu Rueda.

26 jan 2021, às 10h00. Atualizado às 21h30.
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