Rollo diz que “não” para o Benfica por Lucas Veríssimo pode causar “debandada” no Santos

O presidente do Santos, Orlando Rollo, voltou a lamentar o “não” do Conselho Fiscal para a proposta do Benfica, de Portugal, pelo zagueiro Lucas Veríssimo.

O Benfica ofereceu € 6,5 milhões (cerca de R$ 41,1 milhões) em cinco vezes, com pagamentos previstos até agosto de 2025, com uma parcela por ano e a primeira antecipada para esse mês de dezembro.

Diante deste cenário, o Peixe faria uma antecipação dos recebíveis por meio de uma instituição financeira belga, o que geraria uma taxa entre 5,2% e 5,5% do valor “mais custas”. Somando os pagamentos de 10% ao jogador e 15% ao empresário pela intermediação, o Peixe ficaria com cerca de € 3,8 milhões (cerca de R$ 24,1 milhões).

Como a Gazeta Esportiva antecipou, o Conselho Fiscal reprovou a proposta pelo fato de comprometer gestões futuras. Com o “não” do CF, os demais conselheiros nem votaram outra vez.

De acordo com Rollo, o fato pode gerar a saída de jogadores de graça por falta de pagamento, inclusive a do insatisfeito Veríssimo.

“Presidente do Benfica veio ao Brasil, melhorou proposta antecipando uma parcela à vista. Lucas Veríssimo já acertou salário com o Benfica. Com a rejeição do Conselho Fiscal, não cabe nem a votação, mas eu gostaria de deixar claro os desdobramentos no caso da não negociação. A proposta do Al-Nassr é um pouco melhor, mas atleta não quer ir para o Al-Nassr. Atleta cedeu 5% dos seus direitos numa renovação recente, hoje ele tem 15%. Era forma de colaborar com a gente. Atleta está desgastado desde 2018. Presidente afastado desde 2018 negociava ele em toda a janela. Ontem solicitei uma reunião do Lucas Veríssimo com a Mesa do Conselho e Conselho Fiscal para ele explicar a situação. O vazamento da notícia (do “não” do Conselho Fiscal) causou grande desgaste. Nossa classificação diante desse desgaste com Veríssimo, Cuca e atletas solidários foi heroica. Gerou crise estratosférica. Não havendo essa negociação, quero que conste em ata que eu e Comitê de Gestão temos que nos eximir de responsabilidade”, disse Orlando Rollo, em reunião do Conselho Deliberativo.

“Sem esses recebíveis, não há previsão de pagamento de salário aos atletas em dezembro. Atletas provavelmente saiam em janeiro de graça. Proposta não é a melhor, mas trouxemos opção de salvação do clube para o Conselho. Ou seja, CG está isento de responsabilidade. Em janeiro, o atleta (Lucas Veríssimo) poderá sair de graça em função do acúmulo de recebíveis atrasados. Respeito o Conselho Fiscal, mas era uma negociação viável. Santos correrá vários riscos e eu ficarei com chapéu na mão pedindo de novo para o (Andrés) Rueda. Talvez pedir ao presidente Marcelo Teixeira o patrocínio máster do uniforme do Santos com sua universidade. São as opções que temos, não temos como conseguir empréstimo bancário”, completou o presidente.

Al-Nassr

O Conselho foi favorável à proposta do Al-Nassr para Lucas Veríssimo. O zagueiro santista, porém, não tem interesse em ir para o mundo árabe e gostaria de atuar no Benfica.

Os sauditas fariam o pagamento em duas parcelas, uma logo após a assinatura do contrato e outra até dia 31 de janeiro de 2021. O clube arcaria com os mesmos 10% ao jogador e 15% ao empresário pela intermediação, mas não haveria antecipação dos pagamentos. Assim, o Santos calculou que ficaria com US$ 5 milhões (cerca de R$ 26,1 milhões), superando a oferta dos portugueses por R$ 2 milhões e contribuindo com o fluxo de caixa imediatamente.

3 dez 2020, às 21h39. Atualizado às 23h00.
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