Roberto reclama de redes sociais, defende Mancini e critica até polícia e MP

Roberto de Andrade saiu em defesa de Vagner Mancini e se mostrou incomodado com a pressão que surge a partir das redes sociais. O diretor de futebol do Corinthians desabafou na tarde dessa terça-feira, durante entrevista coletiva por videoconferência, e criticou até mesmo a maneira como a polícia e o Ministério Público têm agido no futebol.

“Há alguns anos, a pressão vinha exclusivamente de vocês, jornalistas, comentaristas. Agora, tem um milhão de twitter, um milhão de youtuber, e isso faz com que a confiança fique difícil, a pressão é grande. As pessoas não entendem que estamos no meio de uma pandemia, jogando dia sim dia não, time oscila, não é fácil. Cabe a nós, da diretoria, que estamos aqui no dia-a-dia, deixá-lo tranquilo”.

“Os resultados estão vindo, talvez não como a gente gostaria, mas os pontos estão sendo somados e isso nos deixa um pouco mais confortável. Mas, a gente percebe no treinador uma preocupação, não é legal essas coisas, mas é o que temos, vamos brigar com o mundo hoje? Essas redes sociais hoje, como falava o Diniz no São Paulo, é uma máquina de moer gente. As pessoas não tem sossego para fazer o trabalho. E não tem como brigar com isso”.

Para ilustrar sua opinião, Roberto de Andrade usou também situações pelas quais estão passando outras equipes.

“Tem muito jornalista também que ele dá informação na rádio dele e depois, no Twitter, ele dá opinião. A soma de tudo isso vai provocando o torcedor. Hoje, perde um jogo, já a torcida quebra tudo, como aconteceu com a Ponte, Palmeiras, Santos… Estamos vivendo num mundo que daqui a pouco vamos ter de mudar para a lua, porque aqui não dá para ficar, ninguém tem segurança de nada, todo mundo trabalhando, se dedicando. É difícil, ninguém toma atitude”.

Sobrou até para a polícia e para o Ministério Público. As duas instituições, em ação conjunta, forçaram o Corinthians a ter de se explicar em um inquérito devido as mensagens “Mundial 2000 – 2012” e “Nunca serão”, que foram expostas em um mosaico durante o último Derby com o Palmeiras, na Neo Química Arena.

“Ministério Público, polícia, eles se procupam quando você põe uma faixa lá no campo escrevendo qualquer brincadeira contra o Palmeiras, contra o São Paulo, aí eles tomam atitude. A atitude que eles têm de tomar, que é cuidar da segundaça de todo mundo, quando acaba de trabalhar em um estádio que está sendo depredado, como aconteceu ontem com a Ponte Preta, ninguém toma atitude. Aqui parece terra de ninguém, e é o que está acontecendo, terra de ninguém”.

Além de externar irritação com a pressão que há por parte da torcida e da imprensa, Roberto de Andrade aproveitou para sair em defesa de Vagner Mancini.

“A visão da diretoria é que ele está bem, está fazendo um bom trabalho. A Paixão acaba encobrindo muitas coisas, mas o time muda muito, são jogos de dois em dois dias, tem de alternar os atletas. A gente subiu um monte de menino, que nós estamos alternando, e a gente sabe que tem de ter um pouco de paciência. Tem de ganhar confiança para ter um futebol melhor. Acho que estamos no caminho certo, não é a mudança de treinador que vai fazer o Corinthians ficar melhor. Para a gente está tudo normal”.

“O que dá essa confiança para nós é o acompanhamento diário, de treino, de reuniões, junto aos jogadores. Se a gente não tivesse acompanhando, poderia se basear apenas pela produtividade. Mas, não é o nosso caso, estamos aqui todos os dias, acompanhando tudo, sabemos que o relacionamento dele é o melhor possível. O que estamos passando agora é por essa estruturação, que se soma a jogos dia sim dia não, mas, no resto, o trabalho está sendo bem feito”.

O Corinthians já está classificado às quartas de final do Campeonato Paulista e tem um jogo importante na próxima quinta-feira, contra o Peñarol, em Itaquera, pela Copa Sul-Americana.

27 abr 2021, às 15h51. Atualizado às 16h00.
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