O Operário Ferroviário de Ponta Grossa realizou no último sábado (7), durante a disputa da 21ª rodada da Série B, uma campanha de apoio às minorias. O clube, que já havia realizado diversas postagens nas redes sociais sobre inclusão social, foi além das publicações no meio digital e trouxe cores que representam lutas para dentro de campo.

No triunfo deste sábado (7) por 2 a 1, contra o Cuiabá, a vitória não foi apenas para subir na tabela de classificação e sim, para dar voz a algumas minorias que ainda não se sentem confortáveis ou bem recebidas em estádios de futebol.

STJD contra a homofobia

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), por meio do procurador geral Felipe Bevilacqua, enviou no final do mês de agosto, um informativo ao clubes sobre o combate a homofobia em estádios de futebol. A partir do dia 21 de agosto, árbitros, auxiliares e delegados de jogos podem relatar crimes de homofobia cometidos por torcedores ou atletas.

Junto com o comunicado, o STJD mandou uma recomendação para que os clubes compartilhassem informações sobre o assunto nas redes sociais e, em conjunto com as torcidas, ajudassem a combater este crime.

Bandeiras da inclusão

Seguindo as recomendações, o Operário utilizou as redes sociais para divulgar informação. Além disso, o clube resolveu ultrapassar as barreiras do digital e entrou em campo com a ação. No último sábado (7), jogadores entraram nas quatro linhas carregando uma faixa escrito “Aqui não tem lugar para preconceito’.

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(FOTO: JOSÉ TRAMONTIN/ OFEC)

Diante da oportunidade, o Operário resolveu combater não somente a homofobia, mas também o racismo, a discriminação contra deficientes e o machismo. “Recebemos recomendação da CBF para realizar campanha contra homofobia, porém, fomos além. Durante a semana fizemos campanhas nas redes sociais falando sobre um pouco de cada causa: discriminação racial, desrespeito contra pessoas com deficiência, luta por igualdade de gêneros e combate a homofobia”, conta Bianca Machado, assessora de comunicação do clube.

(FOTO: JOSÉ TRAMONTIN/ OFEC)

As quatro bandeiras de escanteio, que eram com o símbolo do clube, foram substituídas nesta rodada. Em cada um dos quatro cantos do campo, um tipo de luta era representado. O arco-íris defendia o fim da homofobia, a bandeira cor-de-rosa era pela igualdade de gêneros, contra o machismo. Do outro lado do campo, uma bandeira preto e branca, representando o combate ao racismo, e, no outro canto, a bandeira azul de apoio ao fim da discriminação contra deficientes.

(FOTO: JOSÉ TRAMONTIN/ OFEC)

“A repercussão foi muito boa, claro que ainda existe muita intolerância, principalmente nas redes sociais. Mas a iniciativa foi muito boa para aumentar essa conscientização dos torcedores. E também para abrir as portas a estas pessoas que às vezes não se sentem bem para frequentar estádios. Então este foi o nosso objetivo na campanha!”, destaca Bianca.

(FOTO: JOSÉ TRAMONTIN/ OFEC)

A assessora do clube também informou que há um ano o Operário possui a “Família Alvinegra”, um grupo com funcionários do clube que promove projetos sociais. Doação de sangue, parceria com a Vara de Infância e Juventude de Ponta Grossa e Juizado de Violência Doméstica, estão entre as ações.

(FOTO: JOSÉ TRAMONTIN/ OFEC)

O Operário, além de abrir as portas para todos, se posiciona como responsável pela conscientização. “Queremos mais respeito”, declara Bianca Machado.

10 set 2019, às 00h00.
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