Inspirada por tradição, vela estreia nos Jogos Olímpicos em busca de mais pódios

A vela brasileira inicia neste domingo, sua participação nos Jogos Olímpicos de Tóquio. A equipe formada por 13 atletas tentará manter a tradição de medalhas para o país na competição. E inspiração para isso não faltará. Dos 18 pódios conquistados pela vela em Jogos Olímpicos, dez vieram de Robert Scheidt e Torben Grael. Enquanto Scheidt buscará sua sexta medalha, o que o tornaria o maior vencedor da história olímpica nacional, Torben é o chefe da equipe brasileira no Japão e lidera a delegação em busca do pódio.

“A vela brasileira chega bem aos Jogos Olímpicos. É claro que foi um ciclo totalmente diferente por causa do coronavírus, o que deixa tudo muito imprevisível. Vários atletas tiveram dificuldade para treinar, principalmente na Europa, mas depois conseguimos levar alguns barcos para Portugal. A pandemia impactou todas as equipes, não só o Brasil. Espero que a gente consiga manter a tradição de conquistar ao menos uma medalha aqui. Não será fácil, mas temos velejadores muito bem preparados e estou confiante em um bom resultado” analisou Torben Grael, cinco medalhas como atleta e que chega a sua oitava participação olímpica, a segunda como chefe de equipe da vela.

A equipe brasileira conta com as campeãs olímpicas da classe 49erFX no Rio 2016, Martine Grael e Kahena Kunze, além de Fernanda Oliveira, primeira mulher a ganhar medalha nos Jogos para o Brasil na modalidade, com o bronze em Pequim 2008 ao lado de Isabel Swan. Em Tóquio, ela terá a parceria da gaúcha Ana Barbachan na 470.

A maior referência da equipe, porém, está na classe Laser. Robert Scheidt, 45 anos, vai em busca de história na sua sétima participação olímpica, no Japão. As duas medalhas de ouro, duas de prata e uma de bronze já o colocam, ao lado de Torben, no topo das conquistas olímpicas brasileiras. Mesmo assim, não se pressiona e prefere pensar em um dia de cada vez.

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“Eu não gosto de falar muito sobre medalhas, de pensar o que vai acontecer lá no final. Espero que a gente ganhe muitas medalhas, mas temos que pensar um dia de cada vez. Lá no final, veremos se o nosso sonho será realizado”, afirmou Scheidt, que falou ainda sobre o que o ainda o motiva competir em alto nível.

“Depois do Rio 2016, em que eu fiquei bem próximo da medalha, fui velejar na 49er e em outras classes não olímpicas. No final de 2018, comecei a pensar de novo que poderia tentar uma preparação mais curta para os Jogos de 2020. Fiz um bom Mundial em 2019, me classifiquei e comecei a pensar que eu poderia chegar na minha sétima Olimpíada. E o mais importante, chegar bem. O que me motiva é saber que tenho chances, que posso brigar de igual para igual com qualquer um. O desafio é grande, principalmente pela minha idade, mas a paixão pelo esporte, pelos Jogos Olímpicos, por representar o Brasil é o que me move. Isso para mim é muito forte e um grande privilégio”, afirmou Scheidt.

“Estou encarando esses Jogos Olímpicos de uma maneira diferente das outras. Eu sentia mais pressão e responsabilidade nas outras por ser sempre um dos favoritos. Estou um pouco mais leve, sem me cobrar muito. Vamos ver se essa perspectiva vai me ajudar nesta edição”, analisou Robert, que considerou importante o tempo parado durante a pandemia para mudar seu treinamento e melhorar seu nível.

Depois de tantos anos de carreira, Scheidt reafirma o especial prazer de estar nos Jogos Olímpicos.

“Os Jogos Olímpicos sempre me inspiram muito. Desde garoto, vendo o Joaquim Cruz ganhar a medalha de ouro em Los Angeles, todas as medalhas do Torben Grael sempre foram uma grande inspiração para mim. Não imaginei que a minha carreira fosse ser tão longa. Chegar a sete Jogos Olímpicos é um feito bastante grande, mas a paixão é a mesma. O tempo passa muito rápido e nem parece que fazer 25 anos da minha primeira”, refletiu.

A presença de Robert Scheidt é um ingrediente a mais para a vela alcançar as glórias.

“A presença do Robert é uma grande inspiração para todos da equipe. Inspira pelos resultados fantásticos que ele tem, pelo fato dele estar aqui ainda competindo e com chances de resultados positivos. Isso mostra a todos que eles têm uma boa estrada pela frente ainda para conseguir seus resultados”, destacou Torben, que além da filha Martine tem na equipe o filho Marco Grael, parceiro do Gabriel Borges na 49er.

24 jul 2021, às 08h45. Atualizado às 09h15.
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