Gobbi critica gestão Andrés e revela como Corinthians fechou com a Caixa

A eleição presidencial do Corinthians, marcada para novembro, segue agitando os bastidores do clube enquanto a bola não volta a rolar por conta do coronavírus. Nesta terça-feira, o ex-presidente Mário Gobbi voltou a comentar sobre a possibilidade de se candidatar ao cargo. Após deixar o comando em 2015, Gobbi havia afirmado que seu ciclo no time tinha chegado ao fim, mas segundo ele, é preciso mudar o rumo que o clube está tomando.

“Nunca imaginei voltar, mas o Corinthians está em um momento muito delicado da sua história. Todos me pediram para ser candidato, como sendo a única pessoa que poderia enfrentar o problema que o clube passa. Comecei a analisar as questões técnicas, como finanças, marketing, administrativos e Arena, e esta é mais de que uma prova do que eu estou fazendo, se existe viabilidade de assumir. Havia um clamor muito grande para aceitar a ideia. Eu tenho que me aposentar da minha profissão, me afastar da família e uma série de outras questões. Saí com um ótimo currículo, eu venci tudo, sou um corinthiano realizado, mas o Corinthians está numa fase muito ruim e pode cair na mão de pessoas muito pior. Vamos ver…o Corinthians é a casa da liberdade, da democracia, mas está deixando esse histórico de lado. O Corinthians precisa mudar de rumo, mudar o foco, precisa de gestão”, afirmou em live ao Movimento Corinthians.

Gobbi já foi diretor e presidente pela chapa do grupo da atual gestão, época em que o delegado fechou um acordo de patrocínio com a Caixa, considerado o maior da empresa com um time de futebol, e creditou isso a sua seriedade, que “reinava” na época.

“Não foi mérito do marketing do Corinthians. A Caixa quis falar comigo. Eu fui ao presidente deles e ele falou nos meus olhos: ‘Avaliamos o seguinte, sem o Corinthians a Caixa não segue esse projeto. Em primeiro lugar a Caixa quer o Corinthians, depois os outros’. A Caixa escolheu o Corinthians, não o Corinthians que quis a Caixa. Assim foi feito o maior patrocínio da Caixa com um clube de futebol, pela seriedade da gestão que reinava naqueles anos. Foi mérito da gestão, mas quem nos contratou foi a Caixa. Eu entreguei o clube com a Caixa no peito”.

Agora, para a surpresa de Andrés Sanchez, atual mandatário do Timão, Mário Gobbi mudou de lado e se aliou a Felipe Ezabella, líder do movimento Corinthians Grande e recentemente criticado por Andrés.

Caso se confirme candidato, Gobbi promete fazer uma gestão técnica, sem aceitar chantagens de grupos políticos, fato que ele afirmou acontecer atualmente. O seu objetivo, antes de tudo, é de contratar especialistas para equalizar as contas do clube.

“Eu venho para apaziguar, sem vínculos políticos nenhum, uma gestão eminentemente técnica, apolítica, contratar profissionais e ouvir primeiro equipe técnica antes de agir. É isso que o Corinthians precisa, uma gestão independente, que não aceite questão política. Ou todo mundo se conscientiza disso ou não vamos sanar o clube nunca mais. Não tenho vinculo com grupo nenhum, a diretoria eu monto com esse perfil ou eu não sei o que eu vou fazer lá. O presidente receber chantagem de grupo político… o Corinthians vive nesse clima. Nesse próximos três anos é isso que precisa ser feito. Recuperar a credibilidade do clube sem politica. Primeiro vamos cuidar das causas”.

Para isso, o ex-diretor destacou que a prioridade, no momento, não são os títulos e sim fazer cortes financeiros, para que no futuro, o time possa voltar a levantar taças.

“Quando eu assumi, era hora de título, agora não é isso. A prioridade do Corinthians é sanar as finanças do clube. Eu não conheço outra forma senão cortar gastos, e isso dói. O associado, o torcedor tem que comprar a causa, abraçar feitos magros, não tem milagre. Não é para esperar títulos. Se rebelar é pior, todo mundo precisa dar a mão ou não vamos sair desta areia movediça. Essa é uma gestão que ninguém quer fazer, é difícil e nem todos podem fazer”, finalizou.

29 abr 2020, às 00h00.
Mostrar próximo post
Carregando