As brasileiras Flávia Saraiva e Rebeca Andrade conquistaram vagas nas finais de ginástica nos Jogos Olímpicos de Tóquio. A primeira, mesmo sentindo o tornozelo, disputará a decisão na trave. Já a segunda foi a vice-líder no individual geral e garantiu presença, também, no salto e no solo.

Flávia explicou o tornozelo machucado: “Dei uma forçada nele no meio da série de solo e acabei me prejudicando. Tive que tomar uma grande decisão: esperar para ver se entrava na decisão de trave ou continuar para tentar pegar a final do individual geral. Eu não queria desistir, mas talvez poderia me prejudicar.”

Ela conta que a companheira foi importante nesse momento: “A Rebeca me disse palavras incríveis, que me deram muitas forças.”

“Ela é incrível, uma inspiração enorme, porque tem três cirurgias no joelho. Não é fácil o que ela fez. Merece tudo e muito mais. Sou muito fã dela. Eu treino junto com ela, então sei a superação que tem que viver a cada dia”, completou.

No individual geral, Rebeca Andrade ficou atrás apenas da estadunidense Simone Biles. (Foto: Divulgação/Julio Cesar Guimarães/COB)

Rebeca também falou sobre a participação nas Olimpíadas: “A gente treina bastante para dar o nosso melhor em poucos minutos. Foi muito trabalho envolvido: a equipe multidisciplinar e o treinador, com decisões inteligentes em todos os momentos nos treinamentos. Ficamos muito tempo em casa, sabendo que vinha um ano tão importante para a gente. Estar aqui com a Flávia é uma alegria enorme.”

“Amanhã vou para o ginásio treinar e me concentrar. Temos que ir com calma. Em alguns aparelhos consegui fazer o meu máximo e é bom saber que posso melhorar em outros, porque isso me dá mais força e garra para fazer melhor”, acrescentou.

Por fim, as ginastas comentaram sobre as atletas alemãs, que utilizaram calças em vez de collants na segunda-feira, em ato contra a sexualização da mulher no esporte.

“É inspirador, porque vemos que não é de hoje: a gente vem lutando por uma causa há muito tempo. Vê-las conquistando isso, eu me sinto parte da vitória delas, são uma inspiração para a gente”, disse Flávia.

Rebeca complementou: “Eu acho que é mais uma vitória para as mulheres, um momento muito importante. As pessoas podem nos respeitar: a gente tem que usar o que se sente confortável. E diminuir ao máximo esse lado que sexualiza a mulher. Foi uma vitória incrível, porque mostra que estamos lutando por uma coisa que vai fazer a diferença. E é isso que o esporte faz: você se sentir melhor.”

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Rebeca disputará a final do individual geral na quinta-feira, às 7h50 (de Brasília). Já as decisões por aparelhos têm início em 1° de agosto, com o salto e as barras assimétricas.

25 jul 2021, às 12h02. Atualizado às 12h30.
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