O São Paulo ficou na bronca após o empate com o Ceará, no Castelão, pelo Campeonato Brasileiro. Após validar gol de Pablo, que seria o segundo do Tricolor, e autorizar a saída do Vozão, o árbitro voltou atrás na sua decisão e anulou a jogada por impedimento do atacante.

Pedro Henriques, ex-vice-presidente e ex-diretor executivo do Bahia, acredita que o São Paulo tem argumentos para pedir a anulação da partida. Segundo o dirigente, eleito o melhor CEO de clubes de futebol no Brasil em 2020 pela CONAFUT (Conferência Nacional de Futebol), o fato de ter ocorrido um erro de direito justificaria a reclamação.

“A possibilidade de anulação pode ser discutida pois seria decorrente de um erro de direito, diferentemente de um erro de interpretação. Aparentemente o juiz autorizou o reinício do jogo, validando um gol que foi realmente ilegal, mas, logo depois, acionado pelo VAR, que tinha autorizado a validação, parou o jogo já reiniciado para anular o gol. Em tese, isso pode caracterizar um erro de direito e poderia justificar uma eventual anulação da partida por parte do São Paulo, que foi o prejudicado, ou de algum interessado”, declarou.

Pedro Henriques acredita que o “erro de direito” cometido pelo árbitro justificaria o pedido de anulação (Foto: Divulgação)

De acordo com a regra, o juiz não pode mudar sua decisão após o reinício da partida, o que aconteceu. Justamente por isso, o São Paulo planeja pedir esclarecimentos à CBF, sobretudo ter acesso aos áudios da cabine do VAR, além da possível anulação do jogo.

“A questão jurídica tem de ser analisada, tem de se ouvir os áudios, conferir se houve algum hiato na comunicação, algum equívoco, mas, aparentemente, teria sim havido um erro de direito que poderia dar ensejo a um julgamento. Claro que fica a questão que o gol foi efetivamente ilegal, então estaria se buscando uma anulação por uma decisão acertada? O ponto é que a regra não avalia esse aspecto, né? Ele avalia o protocolo. Se a gente banaliza o protocolo, seria o mesmo de dizer que o VAR pode agir quando bem entende. O respeito à regra propriamente dita é totalmente defensável e eu vejo os dirigentes do São Paulo legitimados a pedir isso, porque eles precisam defender o direito do clube”, explicou Pedro Henriques.

“Vai gerar uma comoção na discussão, mas eu particularmente entendo que o dirigente do clube precisa defender os interesses do clube. Assim como os dirigentes do Ceará vão defender a decisão do campo, que foi moralmente correta, os diretores do São Paulo têm toda a legitimidade de pedir a anulação da partida. A situação é delicada e vai colocar mais asteriscos na atuação do VAR no Brasil, que já vem sendo bem problemática”, acrescentou.

Após o empate, o Tricolor agora terá de correr atrás do prejuízo contra o Bahia, em Salvador, no próximo sábado. A equipe de Diniz está invicta há 13 jogos no Brasileirão, com seis vitórias e sete empates, mas precisa voltar a vencer, o que não acontece há duas rodadas.

26 nov 2020, às 13h10. Atualizado às 14h15.
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