Em busca da sua 3ª Paralimpíada, Susana Schnarndorf relata dificuldades da pandemia: “Foi desesperador”

Com 52 anos e uma doença degenerativa há mais de 14, a nadadora Susana Schnarndorf se viu envolta em um mar de incertezas em meio à pandemia do coronavírus. No entanto, mesmo sem saber se as Paralimpíadas iram de fato acontecer, ela seguiu a sua rotina intensa de treinamentos, rodando o Brasil em busca de piscinas para se manter em forma.

“O início foi desesperador. O CT fechou, e natação é complicado, a gente perde a sensibilidade da água se não nada. Quando volta parece que você não sabe mais nadar. Então, quando deu duas semanas, começou bater desespero. Fui para um clube de Porto Alegre que estava aberto, mas logo fechou, e eu fui para o Rio de Janeiro. Fui rodando, onde tinha piscina aberta eu ia treinar”, contou em coletiva promovida pela Nissan do Brasil.

“Agora o CT já reabriu, não para todos os atletas, está voltando em níveis. Eu entrei no primeiro grupo, já estou treinando lá há uns 40 dias. Eles fizeram um projeto em que a gente não vê ninguém, treinamos todos separados para não ter perigo de alguém se contaminar”, acrescentou.

Pentacampeã brasileira de triatlhlon, entre 1993 e 1997, Suzana foi diagnosticada com MSA, múltipla atrofia dos sistemas, em 2005, doença que vai paralisando todos os músculos do corpo, incluindo pulmão e coração. Entretanto, isso não a abateu. Utilizou a natação para tentar combater a doença e, desde então, soma diversas conquistas, como a prata paralímpica no revezamento 4x50m Livre Misto nos Jogos de 2016. Em Londres, foi quarta colocada nos 100m peito e quinta nos 200m medley.

Equipe brasileira paralímpica no revezamento 4x50m Livre Misto nos Jogos Rio 2016. Da esquerda para direita, Clodoaldo Silva, Joana Maria Silva, Susana Schnarndorf e Daniel Dias

Agora, o sonho da atleta do Time Nissan é chegar a sua terceira Paralimpíada. E mediante as incertezas e a falta de competições, a solução adotada por ela e sua equipe foi de promover competições internas, para que todos mantenham o ritmo de competitividade até as seletivas para os Jogos.

“Não temos nada certo, esse ano provavelmente não teremos competições. Então, nós fazemos entre nós mesmos. O nosso head coach, Leonardo, está programando tomadas de tempo para outubro, novembro e dezembro. Estamos quase há sete meses sem competir, dá saudades, então ele vai fazer essas duas competições para a gente ‘competir’ no CT mesmo. A seletiva para as Olimpíadas provavelmente vai ser em março, no CT Paralímpico de São Paulo, mas não tem nada confirmado. Em princípio, em 2021, nós vamos nadar a etapa do World Series, se for ter, e a Paralimpíada”, finalizou.

1 out 2020, às 09h00. Atualizado às 09h30.
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