Diretor do Corinthians detona Benfica e diz que Andrés foi à Europa buscar dinheiro da venda de Pedrinho

Andrés Sanchez está na Europa não apenas para resolver problemas particulares. O diretor adjunto de futebol do Corinthians, Jorge Kalil, admitiu neste sábado que o presidente do clube alvinegro viajou em busca da liberação do dinheiro da venda de Pedrinho. Kalil também não poupou críticas ao Benfica.

“Nunca nós pensávamos que negociar com Benfica fosse tão difícil, está uma dificuldade. O Andrés foi para Europa para tentar resolver esse imbróglio. É muito difícil, mas não tem como não chegar. Chegará com brevidade e o Corinthians poderá, com isso, continuar sua trajetória sem problemas. Negociar com Benfica é duro, que fique aqui o alerta a todos, não sei se o Grêmio está com problemas lá com Everton Cebolinha, olha…”.

O Corinthians ainda não pagou a folha salarial de setembro do elenco e a promessa de Kalil é de que tudo seja colocado em ordem junto aos jogadores nos próximos dias.

“É isso, mas iremos quitar, no máximo, semana que vem”, explicou, à Rádio Bandeirantes.

Relembre o imbróglio

Em 19 de agosto, Um novo contrato foi assinado entre Corinthians, Benfica e Pedrinho. O vínculo, até 2025, não foi alterado, mas o valor da venda caiu de 20 milhões de euros para 18 milhões de euros (R$ 116 milhões na cotação deste sábado). Outra mudança permitiu o Benfica pagar a primeira de cinco parcelas só em agosto de 2021.

Os dirigentes portugueses ficaram muito irritados com a devolução de Yony González por parte do Corinthians. O atacante colombiano esteve emprestado ao Timão até o meio do ano.

O combinado previa a compra definitiva no valor de 3 milhões de euros após este período, mas o Corinthians se agarrou a uma cláusula do contrato para devolver o atleta. Como Yony não fez cinco jogos – fez quatro -, o Corinthians teve a prerrogativa de não assinar o novo vínculo, que seria de três anos.

Desta maneira, o Benfica decidiu que só registraria Pedrinho no TMS, sigla em inglês para o sistema internacional de transferências gerido pela Fifa, no último dia da janela, ou seja, em 31 de agosto.

O clube ainda teria cerca de 15 dias após a execução deste registro para fazer o primeiro depósito. Ou seja, o Corinthians só teria a grana na segunda quinzena de setembro.

Com o novo contrato, apesar dos presidentes Andrés Sanchez e Luís Felipe Vieira terem se tornado desafetos declarados nos bastidores, o Benfica registrou Pedrinho no TMS.

O clube alvinegro “engoliu” a condição proposta pelo Benfica de reduzir o valor da compra porque tomou ciência de que os portugueses estavam dispostos a brigar na Justiça desportiva. Mesmo que saísse deste eventual embate como vencedor, o Corinthians teria de esperar mais do que pode para receber a bolada.

Além disso, a cotação do euro também influenciou na decisão corintiana, pois 20 milhões da moeda europeia em março representavam cerca de R$ 105 milhões. Agora, mesmo com o abatimento de 2 milhões de euros, o Corinthians terá direito a aproximadamente R$ 116 milhões. Além disso, o clube se livrou de ter de pagar os 3 milhões de euros por Yony e de ter de arcar com a despesa anual de aproximadamente R$ 4,5 milhões anuais que teria com o atacante por três anos.

De todo o montante, o Corinthians ficará com 70% (aproximadamente R$ 82 milhões). O restante pertence ao empresário Will Dantas. O clube do Parque São Jorge também terá de arcar com a taxa da instituição que fará a antecipação do valor total.

No entanto, Corinthians e Dantas têm um acordo de parcelamento. O Timão fará o repasse dos 30% em três parcelas anuais e iguais.

26 set 2020, às 15h56. Atualizado às 16h15.
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