Conselho vota hoje as contas de 2019 do Corinthians e pode complicar Andrés Sanchez

A Neo Química Arena vai sediar a aguardada e importante reunião do Conselho Deliberativo do Corinthians, na noite desta terça-feira. A primeira chamada está agendada para às 18 horas (horário de Brasília). Uma hora depois, haverá a segunda e última convocação.

A pauta mais relevante diz respeito ao balanço financeiro de 2019. O documento será examinado e tanto o Conselho de Orientação (Cori) quanto o Conselho Fiscal (CF) emitirão pareceres. Esta reunião com os 322 conselheiros do clube era para ter acontecido em abril, mas foi adiada devido a pandemia do novo coronavírus.

A princípio, as contas registraram um déficit de R$ 177 milhões. Com as correções feitas após identificação de irregularidade nos números apresentados, o déficit foi para aproximadamente R$ 195 milhões. Um recorde no clube.

Situação

Apoiadores da gestão liderada pelo presidente Andrés Sanchez defendem a tese de que a eventual reprovação só trará problemas ao próximo mandatário e será prejudicial na relação do clube com o mercado financeiro. Além disso, há a alegação de que não há erro técnico no documento.

Oposição

Por outro lado, oposicionistas entendem que o CD, como órgão fiscalizador, não pode concordar com um déficit tão elevado. O receio é o clube ser retirado do programa de refinanciamento das dívidas federais dos clubes brasileiros, o Profut.

Com a adesão ao programa, o Corinthians teve sua dívida fiscal parcelada e a redução de multas, juros e encargos legais.

Entre as contrapartidas, o Profut determina em seu Artigo 4 que os clubes não podem ter um prejuízo anual acima de 20% em relação a receita bruta da temporada anterior.

O Corinthians apresentou uma receita R$ 470 milhões em 2018. Portanto, poderia, no máximo, ter um déficit de R$ 94 milhões em 2019.

A reprovação no Conselho Deliberativo seria o argumento de defesa do Corinthians para não ser excluído do Profut em caso de análise do programa, defendem oposicionistas.

A votação também terá um peso simbólico pelo clima eleitoral. É praticamente certo que seja aberto um processo de impeachment contra Andrés Sanchez, caso as contas, de fato, sejam reprovadas pelos conselheiros.

Apesar do pouco efeito prático da medida, que vive seus últimos meses no cargo, oposicionistas não devem abrir mão do caráter simbólico da ação. Além disso, Andrés poderia responder disciplinarmente, como associado, e este processo seria levado à frente mesmo após o fim do seu mandato.

Outras pautas

Antes da votação das contas, há a previsão da apresentação do contrato do clube com a Hypera Pharma, que garantiu o direito do uso dos naming rights da Arena Corinthians por 20 anos ao custo de R$ 300 milhões.

A revisão orçamentária também será debatida. Neste tema, a situação tem tudo para ser tranquila, pois a previsão é de superávit de R$ 40 milhões.

Eleição presidencial

Dia 28 de novembro, Duílio Monteiro Alves, Mário Gobbi Filho e Augusto Melo vão concorrer ao pleito que vai definir o presidente do Corinthians para o próximo triênio.

20 out 2020, às 05h00. Atualizado às 05h30.
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