Conselho do Santos marca reunião que pode abrir novo processo de impeachment de Peres
O Conselho Deliberativo do Santos marcou uma nova reunião virtual para o dia 28 de setembro, segunda-feira, a partir das 19h30.
Dentre as pautas, está a avaliação da Comissão de Inquérito e Sindicância sobre as contas da gestão de José Carlos Peres em 2019. A CIS deve recomendar a abertura de novo processo de impeachment.
O Peixe teve R$ 23,5 milhões de superávit em 2019, mas contou com contabilização da venda de Rodrygo ao Real Madrid, da Espanha, por R$ 190 mi.
Se a CIS de fato avaliar a gestão como temerária, os conselheiros poderão abrir novo processo de impeachment. Em 2018, Peres foi “salvo” pelos associados.
O rito previsto na Comissão de Estatuto é o seguinte: recomendação da Comissão de Inquérito e Sindicância, aprovação ou não no plenário. Se sim, o caso volta para a CIS e o amplo direito à defesa é dado, com o recebimento das justificativas da diretoria.
Com a defesa em mãos, a CIS pode manter ou não o parecer favorável ao impeachment. E o Conselho Deliberativo vota pelo “sim” ou “não” novamente. Se o “sim” persistir, uma assembleia com os associados é marcada – neste caso, há a preocupação em função da pandemia do novo coronavírus. O clube tenta viabilizar o voto virtual para a eleição marcada para dezembro.
Conselheiros da oposição – atualmente a grande maioria -, tentam, porém, acelerar esse processo. A ideia é expulsar José Carlos Peres do quadro associativo. Alguns estão otimistas pelo afastamento imediato e buscam “brechas” no Estatuto Social. A Mesa do Conselho Deliberativo, porém, prioriza o rito “convencional” realizado em 2018.
José Carlos Peres, presidente do Santos (Ivan Storti/Divulgação SFC)
Irregularidades
De acordo com parecer do Conselho Fiscal sobre 2019, José Carlos Peres admitiu utilização indevida do cartão corporativo, “bem como a negligência com as pendências de ressarcimento dos valores”. Isso infringe o Estatuto Social em mais de um artigo. Em entrevista à Gazeta Esportiva, o presidente disse que cancelou o cartão.
O CF apontou apontou R$ 28.761,65 gastos por motivação pessoal e sem reembolso. Peres afirmou por várias vezes ter usado o dinheiro para reuniões ou necessidades do escritório do clube em São Paulo.
O Conselho Fiscal também ratificou a preocupação com comissões a empresários. E não obteve os documentos pedidos da venda de Bruno Henrique ao Flamengo, por exemplo.
Outro ponto importante, de acordo com o relatório do CF, é a utilização de escritório de advocacia contratado pelo Santos para defender Pedro Doria, membro do Comitê de Gestão, e também da filha do presidente José Carlos Peres.
Todas essas denúncias foram encaminhadas à Comissão de de Inquérito e Sindicância.