O clube de futebol Cascavel Clube Recreativo, que jogou contra o Clube Athlético Paranaense, na tarde desta quinta-feira (22), será investigado pela suspeita de falsificar 14 exames de RT-PCR. Conforme as regras sanitárias vigentes, os times são obrigados a apresentar os exames de todos os que entram em campo, jogadores e equipe técnica. Só entra em campo quem der resultado negativo. Porém o clube não teria realizado os exames em todos e, para não ser penalizado, teria falsificado os documentos.

Conforme nota oficial da Federação Paranaense de Futebol (FPF), divulgada no início da noite, inicialmente sabia-se de quatro exames de RT-PCR falsificados, dos jogadores Enzzo Fabrizio Jovinski Stresser, Luiz Felipe Castro Neto, Matheus Gabriel de Oliveira Moraes e Wagner Afonso Bello de Lima, do Cascavel CR.

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O time até divulgou Castro, Gabriel Oliveira e Lapa na escalação. Eles chegaram a fazer aquecimento na beira do campo. Porém pouco antes da partida, o time teria dito que os quatro jogadores estariam com febre e por isso foram retirados do Estádio Joaquim Américo Guimarães, antes do primeiro apito. Eles foram substituídos por Eder Wilson, Pedra e Vanderlan. Enzzo não chegou a ser colocado como titular.

Não foram só quatro

Conforme apuração do site Um Dois Esportes, não foram somente quatro exames de RT-PCR, conforme nota divulgada pela FPF. Seriam, na verdade, pelo menos 14 exames, incluindo pessoas da equipe técnica.

Num áudio que circula pela internet, a dona do laboratório Exame, Rosângela Aparecida Silveira, responsável pelos testes do Cascavel CR, classificou o episódio como uma “falsificação esdrúxula”. Assim que ela tomou conhecimento do assunto, verificou os nomes das pessoas que entraram em campo, cedidas pela FPF, com a lista de exames que o laboratório tinha realizado com o Cascavel CR na terça-feira (20). E dos nomes passados, 14 não constavam no relatório dela.

Rosângela disse ao Um Dois que não descarta que outras falsificações tenham ocorrido no campeonato. Numa rápida análise que ela fez aos exames apresentados pelo Cascavel CR, ela verificou que o visto que ela dá, singular em cada exame, foi copiado de um exame original e aplicado nas demais falsificações. Além da assinatura “clone”, há outros indícios claros de falsificação.

A responsável pelo laboratório Exame ainda revelou ao Um Dois que o próprio Péricles Almeida, diretor de futebol e filho do presidente, Tony Almeida, ligou a ela confessando as falsificações e pedindo que ela mentisse sobre o assunto.

Caso vai pro tapetão

Conforme a FPF, o Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná será acionado.

Frise-se que após a devida conferência dos exames foram constatados indícios de falsificação, e a fim de averiguar a suspeita, a FPF entrou em contato com o Laboratório responsável, que por sua vez confirmou que referidos atletas não realizaram os testes nas datas em questão.

A Entidade repudia toda e qualquer tentativa de fraude e violação ao Protocolo de Jogo da FPF/COVID-19, informando desde logo que os fatos serão reportados ao Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD/PR), para consequente apuração, oportunização do contraditório e ampla defesa, e, se for o caso, aplicação das penalidades cabíveis.“, diz a nota oficial da FPF.

22 abr 2021, às 22h28. Atualizado às 22h31.

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