MADRI (Reuters) – Sevilha anunciou nesta terça-feira o cancelamento, com três meses de antecedência, das tradicionais procissões de Páscoa, os eventos mais destacados da Semana Santa espanhola, por causa do coronavírus.

Com cerca de 1,9 milhão de infecções registradas e pouco mais de 500 mil mortes, a pandemia da Espanha é uma das piores da Europa. O país começou a vacinar contra o vírus no domingo e espera inocular até 20 milhões de pessoas até junho.

Mas o arcebispo da cidade andaluz, Juan José Asenjo, disse que o desenvolvimento previsto da doença torna muito arriscado realizar o evento de sete dias, que aconteceria no final de março do ano que vem.

“Os níveis persistentemente altos da incidência da doença, assim como a perspectiva da distribuição da vacina, ainda desaconselham, nos próximos meses… a concentração de grandes grupos e sua livre circulação”, escreveu ele no site da arquidiocese.

Dezenas de milhares de pessoas costumam comparecer às paradas de Sevilha, onde irmandades de fiéis que existem há séculos carregam andores pesados e cobertos de flores com efígies do Cristo e da Virgem Maria, liderados por penitentes do Nazareno com capuzes pontiagudos característicos.

Sevilha também cancelou as procissões de Páscoa deste ano pelo mesmo motivo, mas com muito menos aviso prévio, no dia 14 de março, o dia em que o país entrou em lockdown.

No calendário cristão, a Semana Santa começa com o Domingo de Ramos, que lembra a entrada de Cristo em Jerusalém. As paradas terminam uma semana mais tarde na véspera do Domingo de Páscoa, que celebra sua ressurreição.

(Por Inti Landauro)

((Tradução Redação Rio de Janeiro; 55 21 2223-7128))

REUTERS PF

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29 dez 2020, às 15h58. Atualizado às 16h00.
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