Mantendo a sua tradição de sempre exibir nas telonas registros em vídeo de grandes concertos de música pop, a rede de cinemas UCI preparou um presente para os fãs do quinteto inglês Cure nesta quinta-feira, 29 de agosto de 2019. Salas de oito cidades brasileiras (Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Fortaleza, Belém, Juiz de Fora e Ribeirão Preto – mais informações sobre ingressos e as salas nos shoppings Estação e Palladium você tem aqui) irão exibir, às 20h, The Cure Anniversary 1978 – 2018: Live In Hyde Park London. Dirigido em 4K por Tim Pope, o cineasta por trás dos mais icônicos videoclipes da banda de Robert Smith, o registro do show realizado em Londres no verão do ano passado é a celebração dos 40 anos de trajetória ininterrupta daquela que se tornou uma das maiores referências do rock britânico de todos os tempos. Na Europa e nos Estados Unidos, ele chegou às salas de projeção em 11 de julho.

É bem verdade que todo concerto do Cure costuma ser uma festiva união entre banda e fãs, durando cerca de duas horas e meia em média. Afinal, para uma banda de extensa carreira e mais de uma dezena de álbuns oficiais concebidos em estúdios, o repertório precisa ser extenso. Brindar (quase) todos os sucessos mais populares é necessário e sempre se abre um espaço para uma ou outra novidade. Raridades espalhadas por aí – seja em singles, faixas não tão conhecidas assim de algum álbum e ainda participações especiais em coletâneas ou trilhas sonoras de filmes – também são sempre benvindas por trazer um elemento-surpresa aoset list.

Entretanto, aqueles 65 mil fãs que estiveram presentes ao Hyde Park em 7 de julho de 2018 tiveram um motivo a mais para se sentirem especiais. A trupe liderada pelo vocalista, guitarrista e fundador da banda Robert Smith subia ao palco para pintar de preto aquela noite de verão na região central de Londres com um total de 29 canções cuidadosamente pinçadas da discografia da banda que, com sua identidade visual única e sonoridade variando do pop ao psicodélico passando pelo eletrônico e o pós-punk, tornou-se o grande ídolo de gerações posteriores (pergunte a qualquer banda de indie rock, nü metalou emocore o que significa o Cure para os seus músicos!).

Mesmo tendo lançado seu último trabalho de inéditas dez anos antes deste concerto, o Cure permanece vigoroso em cena, transportando de maneira bem mais crua e direta os arranjos floreados e detalhados dados às mesmas faixas em suas gravações oficiais. Quatro de seus integrantes já passaram ou estão chegando perto da casa dos 60 anos de idade, mas parecem meninos quando tocam as mesmas músicas de anos e anos atrás. Sobretudo os dois mais antigos. Smith exala emoção nas interpretações, enquanto o baixista Simon Gallup não para quieto: anda e pula por toda a extensão do palco durante toda a apresentação.

Cinco álbuns forneceram a base do set listno Hyde Park, focando sobretudo no período de maior popularidade mundial da banda, ocorrido entre a segunda metade dos anos 1980 e a primeira dos 1990. Disintegration(1989), um dos mais cultuados da banda e que completou trinta anos de lançamento neste último mês de maio, foi lembrado por seis ocasiões. Kiss Me Kiss Me Kiss Me(1987) cedeu quatro faixas. Já Boys Don’t Cry(1980), The Head On The Door(1985) eWish(1992), três cada. Apenas duas canções de 1994 para cá foram tocadas: “The End Of The World”, de 2004, e “Burn”, gravada sob encomenda para a trilha sonora do filme O Corvo, de 1994.

A ocasião especial também mereceu resgates. “Jumping Someone Else’s Train” (que ainda ganhou ao vivo a reprodução simultânea do fantástico videoclipe original, que mostra a visão externa do caminha percorrido por um trem inglês) e “Grinding Halt”, ambas gravadas em 1979, não apareciam em um show do Cure desde o ano de 2011.

Além de Robert Smith e Simon Gallup, integram o Cure atualmente o guitarrista Reeves Gabriels, o tecladista Roger O’Donnell e o baterista Jason Cooper. Desde o inicio deste ano, a banda vem percorrendo o mundo fazendo showstemáticos, como o que celebra o trigésimo aniversário de Disintegrationexecutando todas as suas faixas na mesma ordem do disco e o que celebra os treze álbuns tocando duas músicas de cada: primeiro vem uma seguindo ordem cronológica de lançamento e depois há a volta no tempo com a segunda escolha. Uma produtora brasileira está negociando a vinda do quinteto ao Brasil até 2020, inclusive com boas chances de Curitiba ganhar uma das datas.

29 ago 2019, às 00h00.
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