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por Gabriele Schultz
DÉBORA BRAND | Psicóloga - CRP 08/16796

É com esse lema que o Setembro Amarelo visa sensibilizar e conscientizar a população sobre os altos índices de suicídio no mundo. O dia 10 deste mês é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a campanha acontece durante todo o ano.

A questão é de saúde pública. Segundo os números oficias, são registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de 01 milhão no mundo.  A cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio no mundo; são 32 brasileiros mortos por dia, taxa superior às vitimas da AIDS e da maioria dos tipos de câncer; é a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. Cerca de 96,8% dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias. E segundo a OMS, a depressão será a doença mais comum até 2030.

A esperança é que 9 em cada 10 destas mortes poderiam ser evitadas. Por isso precisamos falar, quebrar tabus, superar estigmas e senso comum, alertar a população, conscientizar e disseminar informações de que se pode pedir ajuda e dividir o que se sente com alguém.

Tem sido um mal silencioso, pois as pessoas fogem do assunto e, por medo ou desconhecimento, não veem os sinais de que uma pessoa próxima está com ideias suicidas. Então, quanto mais existirem informações para que as pessoas consigam identificar alguém nessa situação ou até mesmo se identificarem, mais progressos teremos nesse assunto tão complexo e delicado.

Conversar sobre o tema é o melhor jeito de prevenir. As pessoas com ideias suicidas precisam verbalizar o que estão sentindo. Existe um tabu de que falar sobre o tema pode de alguma forma estimular a pessoa a tirar a própria vida, mas o suicídio tem etapas: a ideia, o planejamento e, depois, a ação. Então é benéfico que as pessoas tenham espaço para falar sobre o sofrimento, pode trazer alívio e conforto. Lembrando que também é necessário procurar ajuda especializada para acolher e encaminhar o tratamento.

No Brasil, o CVV, Centro de Valorização da Vida , atende voluntária e gratuitamente aqueles que quiserem e precisarem conversar, sob total sigilo, por telefone (basta discar 188), e-mail e chat 24 horas todos os dias. O centro realiza apoio emocional e prevenção. Acesse acesse cvv.org.br.

É isto que a campanha Setembro Amarelo quer. Converse com amigos, familiares, esteja atento às pessoas ao seu redor, procure ajuda profissional. Estamos juntos nessa luta.

Débora Brand | Psicóloga – CRP 08/16796

14 set 2020, às 11h46.
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