Por horas a fio, contemplo as pedras.

Elas me dizem muito em seu silêncio.

A água bate e se vai, em pequenas ondas.

No reflexo, minha imagem distorcida.

São seixos variados em cores e tamanhos.

O tempo é escultor de histórias e lendas.

Sou parte do passado de mim mesmo.

Na beira da praia, observo a vida simples.

Desce o sol num fim de tarde qualquer.

De novo, a onda chega, polindo as pedras.

Um pouco de areia escorrega com a água.

Eu permaneço neste posto de contemplador.

A vida é líquida, mas entremeada de pedras.

Lisas superfícies que podem enganar. Tombo!

Por horas e mais horas, eu paro e observo.

Momento de voltar. Tateio as pedras e caminho.

Jossan Karsten

2 jul 2020, às 10h54. Atualizado em: 2 set 2020 às 11h02.
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