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por Marcus Yabe

Nada mais será como antes. Um futuro breve nos trará a confirmação dessa afirmação, que pode ser trágica, bem como recheada de perspectivas positivas e únicas para a nossa convivência em sociedade. A ideia desse texto não é ser preditivo, pois mais do que nunca estamos atuando em um cenário “antifrágil” (sim, como o definido pelo Nassim Nicholas Taleb em seu livro homônimo), aquele dominado pelo caos, que “aprecia a aleatoriedade e a incerteza, o que também significa – acima de tudo – apreciar os erros, ou pelo menos certo tipo de erro”

The Future is Now de Josan Gonzalez.

Essa crise nunca antes imaginada denominada CORONAVÍRUS é a oportunidade forçada para apertarmos o botão de reset. É similar a tão controvertida terapia de choque que em linguagem crua definida por profissionais é como se reiniciássemos o nosso corpo, no caso que estamos vivendo faremos um reset da sociedade, do nosso corpo e do mundo. Como em um reset de um computador, os dados salvos não serão deletados, mas o processamento será aliviado para começarmos novas equações. Para ser mais claro, não vamos apagar os estragos e os os grandes feitos que já materializamos, mas vamos começar um período como se trocássemos de caderno, mas continuássemos no mesmo ano (lembra da escola?). 

Antifrágil, best-seller escrito pelo ensaísta e pesquisador libanês radicado nos Estados Unidos da América, Nassim Nicolas Taleb, cujo original em inglês foi publicado em 2012. Taleb complementa o tema de suas obras anteriores proclamando a incerteza como algo presente e desejável. (Fonte: Wikipedia/Imagem: Reprodução)

Sim, estou trabalhando com diversas analogias, pois só assim conseguiremos assimilar algo que nunca na história dessa geração foi vivido, nós não passamos por uma guerra mundial como as gerações passadas, nossas catástrofes nunca foram intensamente globais de uma forma que nos causasse medo profundo. Agora nós estamos amedrontados, estamos receosos, estamos fragilizados. E vamos ficar ainda mais, porém ao passarmos o impacto inicial e o aprofundamento da crise, começaremos (porque é da nossa natureza) a buscar novos caminhos para a reação. E ela será magnífica porque esta sociedade terá a chance de fazer diferente e melhor. 

Em dezembro próximo você não lembrará de como, em janeiro deste ano, consumíamos informação, pois nos próximos meses você terá uma mudança tão brusca de comportamento no que se refere a absorção de tecnologia e de informação -das mais variadas fontes-, que você vai ter a mesma sensação de quando nós pensamos em relação aos aplicativos de mensagens: “Como funcionava mesmo antes do WhatsApp?”. 

The Future is Now de Josan Gonzalez.

Aprenderemos não só por desejo, mas sim por necessidade a utilizar diversos aplicativos, soluções e softwares que nos ajudarão a manter o nosso nível de trabalho e a comunicação pessoal. Com isso, rapidamente adotaremos comportamentos que demorariam anos para serem incorporados, entretanto, nessa realidade que estamos submetidos, esse período será reduzido a semanas. A curva de aprendizagem será encurtada. 

The Future is Now de Josan Gonzalez.

Outro ponto fundamental que devemos estar atentos é que nós, nossos amigos, nossos colaboradores estaremos sujeitos, ou melhor, já estamos vivenciando um estilo de vida que tem como premissa, por causa da situação econômica onde prevemos um aprofundamento da crise, o estilo “easy going”, low profile e consumless. O que isso significa? Muito simples. Quem vivenciar uma vida mais pacata, mais tranquila, mais conectada consigo e com os seus próximos, dificilmente conseguirá voltar ao ritmo aloprado que era constante no pré-covid-19. Principalmente se essa pandemia se transformar em um pandemônio de longa duração.

Guarde isso: sua vida nunca mais será como antes. E você vai sentir isso na pele. Parte da responsabilidade será loteada no seu processo de aprendizagem e adaptação a essa nova era.

26 mar 2020, às 00h00. Atualizado em: 5 jun 2020 às 11h54.
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