por Fernanda Xavier
da equipe de estágio RIC Mais, sob supervisão de Larissa Ilaídes

Iniciado em abril de 2019, o projeto Leia Mulheres Cascavel segue em 2020 com encontros mensais e já tem datas e livros definidos para o primeiro semestre.

Com o intuito de criar um espaço democrático e não-acadêmico para debater obras escritas por mulheres, o grupo se reúne sempre aos sábados e é aberto a todas as pessoas interessadas, gratuitamente. Toda as informações, programação e dicas estão no perfil do instagram do projeto.

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Leia Mulheres Cascavel (Foto: Divulgação)

Organizadores e participantes contam mais sobre as experiências do projeto

Para a seleção das obras são seguidos alguns critérios, como explicam as mediadoras e organizadoras do projeto, Juliana Matos e Regina Krauss.

“Buscamos garantir a maior representatividade possível em relação aos países e continentes das autoras, gênero literário, etnias, orientação sexual e acesso aos meios de publicação, valor acessível dos livros e claro, autoria feminina”, explica Juliana

“O número de pessoas presente nos encontros tem sido surpreendente”, comenta Regina. Para ela, além de fomentar a leitura e a discussão sobre as grandes questões e conflitos das mulheres, o projeto quer dar visibilidade para espaços públicos de cultura, como o Teatro Municipal, Biblioteca Pública, Sesc e casas de cultura, por exemplo.

Para Val Minatti, “participar do Leia Mulheres é uma experiência completa, pois além de conhecer escritoras incríveis, divido as leituras com minhas filhas e isso é um privilégio”.

“O Leia mulheres me ajudou voltar a ler, eu precisava deste momento coletivo para reflexão e também para conhecer tantas obras. Já se tornou um momento necessário no meu mês”, assegura Francieli Cordeiro

Caroline Sergel conta que realizou um sonho ao participar do coletivo, pois já tinha conhecimento do movimento e achava genial. Iniciado em 2014 pela escritora inglesa Joanna Walsh, que propôs a hashtag #readwomen2014 (#leiamulheres2014) o projeto chegou ao Brasil em 2015 com a organização de três paulistanas. De lá para cá, tanto o grupo brasileiro quanto a discussão da representatividade das mulheres em todos os espaços sociais só cresceram. Hoje são mais de 100 clubes espalhados por todos os estados brasileiros.

Na opinião de Beatrice Uber, que participa todo mês dos encontros e já mediou um deles, “o Leia Mulheres trouxe a chance de ler novas autoras, entrar em contato com temáticas variadas e gêneros diversos. Conheci outros pontos de vistas e fiz novos amigos”.

Agenda do projeto para o primeiro semestre de 2020

Acompanhe como será a agenda no primeiro semestre deste ano:

25 de janeiro

Patti Smith, “Só garotos”. Biografia da artista que se destacou por conciliar poesia e rock, retrata os primeiros anos da sua juventude em Nova York, com seu companheiro Robert Mappletorpe e ícones da música, das artes, plásticas, do teatro e da literatura. Em média R$ 30,00.

29 de fevereiro

Alice Munro, “Vida querida”. Coletânea de contos que encerra a produção da autora canadense e prêmio Nobel em 2013, tem custo médio de R$ 35,00.

28 de março

Guadalupe Nettel, “O corpo em que nasci”. Romance de formação da mexicana Guadalupe Nettel, narra a história de uma menina que nasceu com uma mancha no olho que borra tudo à sua volta. Custo médio de R$26,00.

25 de abril

Joice Berth, “Empoderamento”. Escrito por uma brasileira, é uma obra teórica que se dedica a elucidar o conceito que a intitula, a partir de diversas matrizes teóricas que hoje se dedicam ao tema. Tem custo médio de R$ 16,00.

23 de maio

Buchi Emecheta, “As alegrias da maternidade”. Da nigeriana Buchi Emecheta, é um sensível e poderoso retrato sociocultural das mulheres daquela sociedade. Tem custo médio de 35,00.

27 de junho

Nadiêjda Khvoshchínskaia, “A moça do internato”. A novela desta escritora russa consiste numa concisa crítica à sociedade patriarcal e aos papéis concedidos às mulheres no século XIX. Tem custo médio de 37,00.

LIVRO-DESAFIO (Dezembro / sem data definida ainda)

Silvia Federici, “O calibã e a bruxa”. A partir da análise histórica de como a execução de centenas de milhares de “bruxas” no começo da Era Moderna aconteceu, a pesquisadora acompanha o desenvolvimento do capitalismo e sua relação com o uso do “trabalho reprodutivo” das mulheres e a exploração do trabalho doméstico. Custa cerca de R$ 50, mas foi disponibilizado pela autora e pelo coletivo brasileiro que fez sua tradução gratuitamente na internet.

28 fev 2020, às 00h00. Atualizado em: 1 jul 2020 às 16h28.

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