Quadros sinistros de crianças que choram têm histórias macabras

Batizada de Gypsy Boys as ilustrações mostram apenas crianças chorando. (Foto: Reprodução/R7)

Tramas de morte, pacto e incêndios são atreladas às imagens; lendas urbanas em torno das telas de pintor italiano ganharam força com a internet

*Do R7

Nas décadas de 70 e 80, o pintor italiano Bruno Amadio fez uma série de 27 quadros como esse da foto, com crianças chorando, batizada de Gypsy Boys. As telas foram assinadas com o pseudônimo de Giovanni Bragolin e deram origem a uma das lendas urbanas mais clássicas, famosa mundialmente.

São algumas variações da história. Uma das mais repetidas é a que Bruno torturava as crianças para fazer com que elas chorassem. Um garotinho tinha medo de fogo e sabe o que dizem que o artista fazia? Queimava vários palitos de fósforos bem perto do rosto da criança. Baita sacanagem, não? Agora se liga no resto. Poucas semanas após o quadro ficar pronto, o artista teria morrido em um incêndio na casa dele. Além disso, o quadro começou a ser reproduzido loucamente na Inglaterra. Só que várias imóveis que tinham a tela viravam cinzas. A melhor parte: sabe qual era a única peça que não queimava nesses incêndios? Sim, a tela do garoto.

(Foto: Reprodução/R7)

Mas essa é só uma das lendas. Tem outra que diz que Bruno não conseguia vender um mísero quadro. Por isso, ele resolveu fechar um pacto justamente com o diabo. Mas se liga na sacanagem: em vez de oferecer a própria alma ao capiroto, o cara era tão bicho ruim que ofereceu a de quem comprasse suas telas. E seria justamente por isso que as casas incendiavam.

(Foto: Reprodução/R7)

E sabe que brasileiro tem um jeito de tornar tudo ainda mais interessante, né? Quando a lenda chegou por aqui na década de 80, ela ganhou ares nacionais. Diziam que Giovanni Bragolin havia dado uma entrevista ao Fantástico recomendando que as pessoas queimassem os quadros, pois eles só trariam coisas ruins a seus donos. Ninguém assistiu de fato a entrevista — porque ela nunca existiu —, mas todo mundo passou a história para frente. E tem mais: sempre tinha um que conhecia alguém que tentou queimar o quadro e, claro, ele não queimou.

(Foto: Reprodução/R7)

Outra teoria diz que as crianças dos quadros estão todas mortas. E mais, cada tela tinha sua própria história. Por exemplo: olhe fixamente para os olhos desse garoto. Viu? E aí, também achou que ele não tem o olho direito? É o que dizem.

(Foto: Reprodução/R7)

Diz a lenda que há uma mão estrangulando a menina. Olhem bem para o pescoço dela e tente encontrar a suposta agressão.

(Foto: Reprodução/R7)

Essa é pesada: falam que a garota da foto teve o braço direito amputado. E o principal sinal seria que a manga não tem nada a ver com o resto da roupa. E sabe a franja do chale? Ela seria, na verdade, o sangue da menina escorrendo. Mas não acabou ainda. Agora olhe para o braço esquerdo. Dizem que ele também está deslocado do corpo, o que indicaria outra amputação.

(Foto: Reprodução/R7)

Outra cabulosa: esse garoto teria sido decapitado. Depois a cabeça dele foi colocada em cima do corpo novamente. Por isso que o pescoço não poderia aparecer e enrolaram esse chale na criança.

(Foto: Reprodução/R7)

Já nesta tela, a lenda diz que há uma sombra de cada lado da criança. E a que está à direita da tela usa um chapéu. Sabe o que isso significaria? Que o menino estaria encarando aterrorizado o seu algoz.

(Foto: Reprodução/R7)

O fato é que essas lendas urbanas, muito repetidas na década de 80, ganharam força na era da internet. Bruno Amadio morreu em 1981 e a causa real é atribuída a um câncer no esôfago — e não a um incêndio. Apesar das telas das crianças, a maior parte de suas pinturas eram de natureza morta.

(Foto: Reprodução/R7)

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31 mar 2018, às 00h00.
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