A música celta guarda muitas semelhanças com a nossa velha conhecida MPB. Para começar, a expressão significa um enorme guarda-chuva que acolhe diversos ritmos e sonoridades de uma determinada região ou país. São tradições musicais passadas de geração a geração à base de oralidade e sem muita necessidade de conhecimento teórico. Ambas ainda apresentam uma farta tradição de timbres, estilos e melodias capazes de fazer o ouvinte se apaixonar logo à primeira audição. Por isso mesmo ambos apresentam enorme facilidade de angariar fãs mundo afora.

Celtic Woman é um grupo criado há quinze anos na Irlanda, para viajar por vários países e difundir pelo planeta toda a beleza e a riqueza da música celta, unindo a tradição do passado com elementos contemporâneos. Na segunda quinzena de agosto a parada será no Brasil, com escalas no Rio de Janeiro (Theatro Municipal, dias 17 e 18), Curitiba (Teatro Guaíra, 22 e 23) e São Paulo (Credicard Hall, 22 e 23 de agosto). A turnê é referente aos últimos lançamento, o CD Ancient Land (2018), e o DVD Live From Johnstown Castle, gravado ao vivo em um castelo escocês para um especial de TV e lançado no último mês de janeiro.

Marcado pela rotatividade de suas cantoras, o Celtic Woman é, hoje, integrado por Mairéad Carlin, Eabha McMahon, Tara McNeill e Megan Walsh. Carlin, McMahon e McNeill estão juntas há três anos e Walsh entrou no ano passado. Esta é, portanto, a primeira experiência no Brasil de todas elas, já que a última vez que o Celtic Woman esteve por aqui em 2014.

Tara é o nome mais versátil do quarteto vocal. Além da cantar, ela também toca violino e harpa. Foi com ela que o Ric Mais bateu um papo por telefone a respeito das expectativas sobre a vinda ao nosso país e suas história recente como integrante do grupo.

Dave Kavanagh, criador e produtor executivo do Celtic Woman faleceu em abril do ano passado. Você teve a oportunidade de conhecê-lo?

Sim, ele estava em atividade até então. Era uma pessoa incrível. Eu o vi pela primeira durante a audição de que participei para entrar no grupo. Ter sido selecionada para cantar no Celtic Woman significou, para mim, o mesmo que ter ganho um milhão de dólares. Foi o maior presente que poderia ter recebido até hoje em minha carreira.

Você, Mairéad e Eaha entraram praticamente juntas no grupo. Apenas Megan que é um nome mais recente na formação. Estes três anos com a mesma base de cantoras já foram suficientes para uma conhecer bem a outra em cima do palco?

Sem dúvida, existe uma conexão musical muito grande entre todas nós, até mesmo com a Megan, que entrou há pouco tempo. Todas têm o seu talento individual que se somam quando cantamos em uníssono no palco. Acho que isso vai encantar bastante o público brasileiro. Estou bastante ansiosa para me apresentar por aí, principalmente porque sei que vocês são bem receptivos.

No início deste ano o Celtic Woman lançou um DVD gravado ao vivo no castelo Johnstown, na cidade histórica de Renfrewshire, situada na terras baixas da Escócia. Como foi participar desta experiência? Tudo correu como um espetáculo normal do grupo ou precisou parar várias vezes para fazer váriostakes, como normalmente ocorre em gravações de shows para DVD e especiais de TV?

Nossa, foi uma coisa fantástica fazer esta gravação lá. Ter este castelo como cenário é algo maravilhoso. O trabalho todo de iluminação também ressaltou o ótimo resultado. Só que estava muito, muito frio. Mas valeu a pena passar por este esforço. Ainda  bem que tudo correu bem e não foi preciso parar nada para refazer na hora.

Além de cantar, você toca violino nos concertos do Celtic Woman. Portanto, como é ter uma dupla responsabilidade ao vivo?

Quando cantamos, cantamos todas juntas. Mas eu toco violino em trechos não cantados também, junto com toda a banda. Aí, nesta hora, meu foco maior passa a ser o instrumento. Dá para dividir bem isso.

Você gosta de algum artista de música brasileira?

Eu gosto de música brasileira e conheço de uma forma mais generalizada apenas. Sei que vocês têm um instrumento aí que é muito similar ao violino. Adoro a sonoridade da rabeca.

A rabeca é um instrumento importante no fandango, estilo musical oriundo da península ibérica que se estabeleceu de maneira firme e forte no litoral do Paraná… Aqui no estado também temos uma forte tradição de música celta, com bandas formadas em cidades como Curitiba e Londrina especialmente para se dedicar a este tipo de repertório. Você sabia disso?

Nossa, que incrível isso! Nao sabia que a música celta era muito forte por aí. Achei fantástico! Não sei como estará meu tempo livre aí no Brasil, mas se houver disponibilidade eu gostaria muito de conhecer este pessoal de Curitiba e ouvir os seus trabalhos. Ficaria também muito feliz se eles viessem ver o nosso show.

Celtic Woman. Dias 22 e 23 de agosto, às 21h. Teatro Guaíra (Curitiba). Mais informações sobre estes showsaqui e aqui.

11 jul 2019, às 00h00.
Mostrar próximo post
Carregando