Por Brendan O’Brien

(Reuters) – A estátua do presidente norte-americano Thomas Jefferson, presente na câmara do Conselho da Cidade de Nova York durante mais de um século, será retirada agora que uma comissão pública reavaliou o legado de um dos pais fundadores da nação, que também era proprietário de escravos.

A Comissão de Projetos Públicos da Cidade de Nova York votou na segunda-feira de forma unânime pelo desmantelamento da imagem de bronze de 2,13 metros de Jefferson, que testemunha acontecimentos na cidade mais populosa dos Estados Unidos desde 1915.

A comissão concordou em emprestar a estátua de 187 anos à Sociedade Histórica de Nova York por longo prazo. Ela é uma cópia de uma estátua ainda instalada na Rotunda do Capitólio dos EUA.

“Jefferson incorporou algumas das partes mais vergonhosas da longa e matizada história de nosso país”, disse Adrienne Adams, integrante do conselho e copresidente do Caucus Negro, Latino e Asiático. “É hora de a cidade virar a página e seguir em frente.”

Monumentos semelhantes foram alvo de protestos antirracismo nos últimos anos. Estátuas de líderes confederados da Guerra Civil também têm sido desmontadas.

A posição de Jefferson na história dos EUA é complexa. Tendo escrito que “todos os homens são criados iguais” como autor principal da Declaração de Independência, ele também teve mais de 600 escravos e foi pai de ao menos seis filhos com Sally Hemings, uma mulher que escravizou.

Nem todos apoiaram a retirada da estátua. Sean Wilentz, professor de história norte-americana na Universidade Princeton, escreveu em uma carta lida à comissão: “A estátua homenageia Jefferson especificamente por sua maior contribuição à América, de fato, à humanidade”.

(Por Brendan O’Brien em Chicago)

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19 out 2021, às 17h38. Atualizado às 17h40.
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