Por Andrei Makhovsky

MINSK (Reuters) – A escritora mais celebrada de Belarus pediu à Rússia, nesta quarta-feira, uma ajuda para persuadir o presidente Alexander Lukashenko a negociar, ao chegar para depor em um caso criminal no qual um organismo de oposição é acusado de tentativa ilegal de tomada de poder.

“Agora Lukashenko só conversa com (o presidente russo Vladimir) Putin. Precisamos que ele converse com o povo”, disse Svetlana Alexievich, vencedora do Prêmio Nobel de Literatura de 2015, diante do Comitê Investigativo, onde compareceu para ser interrogada.

“Talvez o mundo possa nos ajudar de maneira que Lukashenko negocie com alguém”, disse a escritora a jornalistas. “Precisamos que o mundo ajude, e talvez a Rússia”.

Alexievich saiu depois de pouco tempo e disse que invocou o direito de não depor contra si mesma. Ela ainda disse que não existe base para a investigação, acrescentando: “Quanto mais ficarmos juntos, mais fortes seremos, e maior será a chance que teremos de fazer as autoridades conversarem conosco”.

Alexievich é uma de dezenas de figuras públicas que formaram o opositor Conselho de Coordenação na semana passada com o objetivo declarado de negociar uma transição de poder pacífica depois de uma eleição que a oposição diz ter sido fraudada.

Lukashenko classificou a iniciativa como uma tentativa ilegal de tomada de poder, e dois líderes do grupo foram presos na terça-feira.

Grupos de direitos humanos disseram nesta quarta-feira que a polícia bielorrussa deteve dezenas de manifestantes que iam para casa depois de manifestações pacíficas, fato ocorrido após dias durante os quais as autoridades demonstraram uma moderação em relação a protestos antigoverno em massa.

Lukashenko enfrenta mais de duas semanas de manifestações em massa contra seu governo de 26 anos desde a eleição, que resultados oficiais dizem ter lhe dado 80% dos votos. Ele nega fraude eleitoral e diz que os protestos são financiados do exterior.

Embora Lukashenko tenha chamado os manifestantes de “ratos” e dito que deu ordem para retirá-los das ruas, a polícia vem sendo comparativamente contida nos últimos dias, aparentemente receosa de uma repressão que aumentaria a revolta popular.

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26 ago 2020, às 11h09. Atualizado às 11h10.

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