BELGRADO (Reuters) – O diretor Goran Markovic estava entre os que fizeram fila do lado de fora dos salões de exposição em Belgrado, nesta terça-feira, para tomar vacina contra Covid-19, quase 40 anos depois de fazer um filme sobre a luta da Iugoslávia contra uma terrível epidemia de varíola.

“Eu me acostumei (a ser vacinado) na minha vida”, disse o diretor, de 74 anos.

“Venho tomando vacinas contra a gripe há décadas e acho que é uma coisa muito útil de se fazer.”

O tenso thriller de Markovic, Variola Vera, em 1982, conta a história real de um surto de varíola na então Iugoslávia em 1972, o último grande surto na Europa, que ocorreu décadas depois que se pensava que a doença havia sido erradicada.

O surto, no qual 175 pessoas foram infectadas e 35 morreram, desencadeou uma declaração de lei marcial, quarentena e vacinação de emergência de quase toda a população de 20 milhões de habitantes.

Markovic tomou uma vacina contra Covid-19 fabricada pela chinesa Sinopharm depois que a Sérvia se tornou o primeiro país europeu a usar o imunizante em seu programa de inoculação. Alguns no país dos Bálcãs temem que não seja confiável, uma vez que não foram divulgados dados completos sobre a eficácia.

“Não entendo totalmente esses preconceitos em relação a esta vacina”, afirmou Markovic.

(Reportagem de Aleksandar Vasovic, Daria Sito Sucic em Sarajevo e Igor Ilic em Zagreb)

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26 jan 2021, às 16h44. Atualizado às 16h45.
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