Por Cooper Inveen

FREETOWN (Reuters) – Músico e ativista de Serra Leoa, Emmerson Bockarie está acostumado a polêmicas, já tendo recebido ameaças de morte de todos os extremos do espectro político do país ao longo de duas décadas e três governos sucessivos.

Bockarie voltou à terra natal depois de uma estadia de quatro anos na Nigéria com um novo disco em meio à intensificação dos atritos políticos causados por acusações de corrupção, tribalismo e partidarismo entre os dois principais partidos políticos de Serra Leoa.

O álbum “9 Lives”, lançado em agosto, abordou os mesmos males sociais que o tornaram um alvo tanto de apoiadores do partido governista quanto da sigla opositora.

Cantando no patoá local krio em uma canção chamada “Kokonat” (cabeça de coco), Bockarie diz: “Independentemente de quem esteja no poder, não haverá mudança porque eles sabem que tomamos uma decisão firme de sermos cegos políticos.”

Sob um ritmo de afrobeat vibrante, Bockarie martela a mensagem de que, embora o poder possa mudar de mãos, as condições de vida continuarão as mesmas para os pobres enquanto os serra-leoninos insistirem em eleger autoridades corruptas e incompetentes.

“Estamos chorando há 59 anos”, disse Bockarie à Reuters. “Merecemos algo melhor. O que quer que esteja acontecendo entre os partidos políticos, não é da nossa conta… tudo que estamos pedindo é uma Serra Leoa melhor.”

((Tradução Redação São Paulo, 55 11 56447753)) REUTERS AAJ

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20 nov 2020, às 10h01. Atualizado às 10h05.
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