Por Cate Cadell e Thomas Suen

WUHAN, China (Reuters) – Em uma fábrica reformada no centro da cidade chinesa de Wuhan, Xiong Feng, de 22 anos, que atende pelo nome de Daiki, se requebra com uma roupa preta com lantejoulas e botas.

Dançando atrás dele com estampa de zebra e streetwear rosa estão seus alunos, estalando os dedos e sacudindo os cabelos para um cinegrafista que filma um vídeo promocional.

Daiki é o único professor de vogue de Wuhan, uma forma de dança altamente estilizada que foi popularizada pelas comunidades gays e transgêneros em Nova York na década de 1980.

O número de suas turmas saltou de apenas poucas pessoas para cerca de 10 desde o fim do lockdown na cidade por causa da Covid-19, com os alunos, muitos dos quais jovens gays, dizendo que desejam ter uma vida mais autêntica após um ano traumático.

“Acho que depois da epidemia, todos se divertem mais. As pessoas não vão trabalhar tanto quanto antes, então é óbvio que mais e mais pessoas vêm dançar”, disse Daiki.

Wuhan não registra nenhum novo caso de Covid-19 desde maio e em grande parte voltou ao normal, mas os jovens na cidade afirmam que o período perturbador e mentalmente desafiador alterou permanentemente sua perspectiva de vida.

“Sinto que a vogue me deu muito apoio espiritual durante este período”, disse Crisp, um estudante de 23 anos com rosto de bebê e sombra rosa brilhante nos olhos.

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22 dez 2020, às 11h45. Atualizado às 11h50.
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