Cama de casal no ônibus revela o melhor lado do brasileiro

A passageira que postou a história conversou com o HORA 7 e mostrou como é importante se colocar no lugar do próximo (Foto: Reprodução/Facebook)

A passageira que postou a história conversou com o HORA 7 e mostrou como é importante se colocar no lugar do próximo

*Hora 7

A cama de casal no ônibus chamou a atenção do internauta brasileiro. Sem dinheiro para o frete, o vendedor de balas e a esposa transportaram o móvel num coletivo em São Gonçalo, no Rio de Janeiro.

Danielle Oliveira, que ajudou o casal, contou a história no Facebook. Em três dias, a postagem alcançou mais de 15 mil compartilhamentos e quase 10 mil comentários.

“Acho que evoluiu tanto assim porque é uma coisa inédita e demonstrou um pouco de ajuda ao próximo”, explicou a técnica de enfermagem de 32 anos.

Apesar dos elogios, Danielle também recebeu críticas pela ajuda. Pessoas que alegaram não ser permitido transportar uma cama num coletivo.

Para ela, quem viveu apenas no conforto, muitas vezes, não se coloca no lugar do outro: “Se esse casal não conseguisse levar a cama para casa, onde dormiriam? Onde ficariam se chovesse? As pessoas só sabiam dizer que a viagem estava atrasada. Eu sei o que é dormir no chão.”

Além da cama no ônibus

Danielle aprendeu a se virar sozinha desde os 19 anos, quando a mãe faleceu. Perdeu a casa própria e foi morar de favor com uma amiga, até se casar. O relacionamento chegou ao fim e ela mudou-se para um imóvel alugado.

“Minha irmã e uma amiga me ajudavam levando comida e gelo, porque eu não tinha fogão, nem geladeira. Só um colchonete e um ventilador.” Apesar de trabalhar na época, o valor do aluguel e as contas eram elevados.

Passada essa fase, Danielle comprou uma casa: “É pequena, em área de risco, mas foi o que eu consegui. Conquistei coisas com o meu trabalho, a ajuda de amigos e até de estranhos. Na vida tudo é troca.”

Ajuda ao casal

Para ela, passar por tudo isso contribuiu na empatia com o vendedor de balas e a esposa com a cama no ônibus. “Naquele momento pensei: ‘Quanto tempo fiquei dormindo no chão? Esse casal também pode estar passando pelo mesmo. Juntou um dinheirinho para comprar um conforto para casa. Tenho que ajudá-los.’”

E foi o que Danielle fez: “Já sou bruta por natureza, por isso meti a mão na cama. O motorista não ia sair com o ônibus, e o pessoal estava reclamando.”

“O ônibus estava com 15 pessoas. O colchão não atrapalhou nada”, analisa.

Cama, sofá, fogão e o que vier

A experiência não foi novidade para Danielle. Quando se mudou para a casa onde mora, apenas uma amiga e ela transportaram os móveis. “A gente carregou fogão e sofá na cabeça”.

Além de móveis, Danielle já transportou de tudo um pouco: “Já levei uma TV de 50 polegadas. Depois que a minha mãe faleceu, tive que me virar. Sempre fui o homem e a mulher da casa”, pontua.

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23 fev 2018, às 00h00.
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