Por Crispian Balmer

VENEZA, Itália (Reuters) – Desafiando os incrédulos, uma barreira contra inundações protegeu Veneza pela segunda vez de uma maré alta que se ergueu do leito da lagoa nesta quinta-feira, quando ventos fortes começaram a empurrar a água para dentro da cidade.

O sistema de 78 comportas, conhecido como Mose, teve um primeiro desempenho bem-sucedido no início de outubro e voltou a provar seu valor, salvando Veneza de uma maré que autoridades haviam previsto chegar a 135 centímetros – neste nível, normalmente metade da cidade ficaria debaixo da água.

A autoridade de vigilância das marés disse no Twitter que a maré alcançou 141 centímetros em áreas sem proteção do Mose, enquanto em Veneza não passou de 52 centímetros, deixando as praças e travessas livres.

As inundações de Veneza, “acqua alta” em italiano, são causadas por uma combinação de fatores exacerbados pela mudança climática – da elevação do nível dos mares e das marés anormalmente altas à subsidência da terra, que reduziu o nível do solo veneziano.

Das 23 marés já registradas acima do nível de 140 centímetros, 14 ocorreram nas últimas duas décadas, sendo cinco em novembro, quando a Praça São Pedro ficou submersa sob um metro de água.

O Mose deveria ter entrado em funcionamento em 2011, mas foi prejudicado pela corrupção, pela superação dos custos e por atrasos na construção.

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15 out 2020, às 11h50.
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