por Redação RIC.com.br
com informações da revista Claudia

A atriz Juliana Lohmann fez uma triste revelação nesta semana: ela contou que, aos 18 anos, foi estuprada por um diretor de TV. Hoje na Record, Juliana interpreta Cindy na novela Amor Sem Igual. Segundo ela, o diretor, que também é ator, é conhecido pela imagem de “família de comercial de margarina”.

Juliana contou que o crime aconteceu durante uma viagem a trabalho para fazer um teste de um filme que seria dirigido por este mesmo diretor. Ele a convidou a passar o texto em seu quarto, ela foi e, depois de algum tempo passando o texto do teste, acabou abusando da jovem.

“Passamos o texto duas ou três vezes. Ele concluiu que a personagem exigia ‘mais loucura’ e me sugeriu que fumássemos maconha“, contou Juliana à revista Claudia.

A jovem, que no começo teria ficado reticente, aceitou, por medo de dizer não ao diretor do filme que ela faria o teste. “Um trago foi suficiente para que eu ficasse completamente chapada. Em determinado momento, percebi que o contato que ele fazia comigo excedia o profissional”, denunciou.

“Não queria e não sabia como me desvencilhar”, disse a jovem.

Segundo o relato de Juliana, o diretor disse que estaria ali para fim profissional, mas que ela teria o encantado. Embora tenha tentado se desvencilhar, a atriz não conseguiu e ficou com medo do que poderia acontecer se gritasse.

“Entendi que não tinha saída. Fiquei quieta. Fiz o que ele queria. Tive que insistir muito para que ele, pelo menos, colocasse camisinha […]. Colocou a proteção, mas retirou logo em seguida, ejaculando dentro de mim”, contou a atriz.

Segundo Juliana, o diretor insistiu para que ela dormisse com ele e, pela manhã, abusou de novo. Ela contou que chegou a esconder o rosto no travesseiro para que ele não a visse chorar. No fim, o teste não aconteceu, porque, segundo o diretor, os produtores não estavam disponíveis.

“Ele me ligou outras vezes dizendo que tal dia os produtores estariam lá, mas eu parei de atendê-lo“.

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Falar sobre o estupro que vivi aos 18 anos e as agressões provenientes de uma relação abusiva de tempos depois é resultado de um processo muito longo de elaboração. São acontecimentos que habitam meu íntimo de maneira muito profunda e constituem grande parte da mulher que me torno a cada dia. Essas memórias perduraram por tempo demais no silêncio e na dúvida que a estrutura patriarcal nos faz ter acerca das próprias marcas que nos infringem. Ajo movida pela força da certeza de que não podemos mais nos calar. Precisamos falar sobre as estruturas de opressão sob as quais as mulheres estão submetidas, sobre o machismo, sobre violência doméstica, sobre relacionamento abusivo, sobre estupro. Exponho esse relato no intuito de, além de jogar luz nessas questões, fazer com que outras mulheres, que talvez possam se identificar com tais acontecimentos, tenham mais clareza acerca das próprias experiências. Meu desejo, ao expor esse relato pessoal, é de denúncia. Não apenas da forma de operar desses homens, mas principalmente de um sistema. Esse isolamento me levou ao reencontro da coragem. Mas, nessa caminhada, tive pessoas que me deram a mão com muito amor. Obrigada @sayonarasarti @novacomunicacao pela confiança, escuta e parceria, e @claudiaonline @isadercole por ter me aberto esse espaço tão precioso. O link pra ler a matéria completa está na bio.

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14 jul 2020, às 18h59. Atualizado às 19h11.
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