por Eduardo Teixeira
com informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged)

O salário dos trabalhadores brasileiros com carteira assinada caiu 9,34% entre janeiro de 2020 e abril de 2022, período em que o país passou a enfrentar as consequências da pandemia da Covid-19. Os dados foram divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), no último domingo (26).

Um fato que chamou a atenção, é que, mesmo com a redução dos salários, a economia brasileira vem gerando mais empregos com carteira assinada. Houve um crescimento de 8,5% em relação a janeiro de 2020 (antes da pandemia).

De acordo com o levantamento, antes do vírus chegar ao Brasil, a renda média das pessoas registradas era de R$ 1.735,87 – corrigido pela inflação, este valor deveria ser de R$ 2.102,97. Atualmente, no entanto, a renda média está em R$ 1.906,54.

Elizandra Passos, moradora de Almirante Tamandaré, trabalha como professora infantil em Curitiba. Ela foi uma das pessoas que tiveram redução no salário durante a pandemia.

“Para não precisarem nos mandar embora reduziram todos os salários. Nossa carga horária diminuiu para darmos aula em casa”.

contou Elizandra.

A funcionária disse que precisou repensar as finanças para se adaptar no novo orçamento.

“Foi preciso cortar muita coisa. Reduzir compras de coisas que não eram extremamente necessários como roupas.”

“Até agora não voltou ao valor que era antes”

Redução do salário

Em entrevista ao portal RIC Mais, o economista Daniel Poit, explica os números da pesquisa, já que a geração de emprego aumentou mas os salários diminuíram.

“O Caged mostra que está havendo redução do desemprego, mas com salários mais depreciados”, afirma o economista William Baghdassarian, professor de finanças do Ibmec em Brasília ao jornal a Federação dos Bancários no Paraná.

“Depois de tanto tempo de crise, de desemprego, as pessoas estão aceitando funções com salários mais baixos.”

destacou.

O que diz o Banco Central sobre a inflação

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta segunda-feira (27) que o pior momento da inflação no Brasil já passou. Ele destacou que o país está muito perto de finalizar todo o trabalho de elevação de juros para domar a alta de preços.

“O Brasil tem uma memória de inflação muito maior e mecanismos de indexação muito mais vivos, isso denota uma preocupação maior para o Brasil. A gente vê que todos os países estão caminhando, subindo juros, o Brasil já está muito perto de ter feito o trabalho todo, alguns países estão no meio do caminho”,

disse.

28 jun 2022, às 05h30. Atualizado às 09h46.
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