A inovação está por todos os cantos e faz surgir oportunidades de trabalho nas mais variadas áreas. A perícia nutricional ou técnica em alimentos, por exemplo, é uma delas. De acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça, referentes a 2019, existem mais de 1,2 milhão de processos arquivados no judiciário por conta da falta de especialistas nos assuntos que norteiam essas ações.

Ao falar da área da saúde, a carência de profissionais com especialização em perícia judicial chama bastante a atenção. Com a veia empreendedora como uma das suas características marcantes, a nutricionista Anne Gucheski descobriu nesse nicho uma chance de fazer a diferença e buscar novas possibilidades na carreira.

Com 16 anos de atividades como nutricionista, Anne fez a pós-graduação em perícia judicial pensando em um “plano b”. No entanto, durante o curso, percebeu que era possível reunir a expertise da Nutrição e desbravar um segmento novo.

“Foi algo muito inovador mesmo. Não encontrava informações ou outros profissionais, foi um processo muito desafiador”

comentou a profissional

Diante da carência de outros peritos nutricionais e de representantes também das demais áreas da saúde, Anne tem a meta de lançar, em breve, um curso voltado a essa formação. Na prática, a especialista lembra que a atuação pode colocar o profissional diante das mais variadas situações.

Para exemplificar, ela citou, por exemplo, a necessidade da produção de um laudo pericial para uma pessoa que sofre de determinada comorbidade e precisa de uma dieta especial que seja disponibilizada pelo plano de saúde. Por meio de seu advogado, o cidadão encaminha o processo e um juiz vai requerer esse parecer técnico de um perito para validar a sua decisão.

Por essa razão, o perito é como se fosse os olhos de um juiz. Afinal, por conta do seu conhecimento apurado, pode compartilhar uma decisão isenta e que realmente privilegie o bem-estar e a qualidade de vida em casos que envolvem questões nutricionais ou de outras temáticas da saúde.

Em linhas gerais, cabe ao perito assegurar o conhecimento técnico ao juiz, gerando prova para ajudá-lo em seu livre convencimento e ainda unir ao processo a análise técnica do fato (que pode ser comprovada por visitas periciais, relatórios, documentos legais, entre outras ferramentas técnicas).  A quem se interessou por esse mercado, Anne lembra que, além dos 2 anos mínimos de experiência na área de atuação, é fundamental o curso de perícia nutricional. O conhecimento geral de leis e da terminologia jurídica acabam sendo pré-requisitos indispensáveis. 

Vale a pena destacar que a perícia técnica judicial chama bastante a atenção pela flexibilidade de horários, valorização profissional do especialista, entre outros atributos. O conhecimento avançado, no entanto, é fundamental.

“É preciso estudar e pesquisar muito para gerar um bom trabalho e de acordo com as expectativas da justiça”,

observou Anne Gucheski.

Como curiosidade, é importante lembrar que o Novo Código de Processo Civil, publicado em 2015 e vigente desde 2016, foi fundamental para inovações nessa área. Explica-se: por meio dele, definiu-se uma espécie de marco regulatório da função de perito e do exercício da perícia, que trouxe novas dinâmicas para as atividades e o exercício da profissão (exigências e regras que antes não existiam, por exemplo). 

Ética, imparcialidade e qualidade do trabalho são fundamentais para o sucesso do perito nutricional em suas atividades. Se você pensa em seguir nessa área inovadora, busque mais informações e veja as possibilidades de atuação. É possível ser profissional autônomo e até concursado.

Se essa função tem tudo a ver com o seu perfil, não perca tempo. É sempre uma boa pedida inovar na carreira, mas não perdendo o foco na atualização constante e na busca das melhores instituições para buscar a formação e os conhecimentos necessários. Boa sorte na jornada!

19 jan 2022, às 13h11. Atualizado às 15h08.
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