De repente, as escolas, universidades e faculdades foram obrigadas a fechar as portas e se reinventar. Neste cenário, professores e estudantes viram a sala de aula ganhar outros formatos no ambiente digital. Na prática, a educação precisou recorrer às soluções de inovação para enfrentar os inúmeros desafios impostos pela pandemia

Neste cenário, a educação a distância (EAD) tornou-se sinônimo de inovação. Docentes tiveram que reinventar suas estratégias de ensino e se adaptar aos recursos da tecnologia em substituição à lousa. Fora isso, as instituições precisaram rever grades e propor novos conteúdos, como as habilidades socioemocionais.

A situação pandêmica não foi tão caótica para Valmera Ciampi, diretora de Inovação, Desenvolvimento e Qualidade. A profissional, que atua na Faculdade Fael, instituição 100% baseada na metodologia EAD, está engajada na área da educação há quase meia década.

“Costumo dizer que antes eu trabalhava para que as pessoas tivessem coisas, desde imóveis, roupas e até joias. Hoje meu trabalho é para que elas mudem suas vidas, transformem-se”, avalia.

No que diz respeito à inovação e educação, Valmera Ciampi lembra que o coronavírus obrigou uma mudança generalizada nas rotinas da área de ensino. A necessidade de buscar ferramentas e novos conteúdos provocou novas percepções e iniciou um processo de transformações.

De acordo com Valmera, hoje há um equilíbrio entre os estudantes EAD e presencial, mas ela adianta que há probabilidade do ensino a distância liderar esse ranking muito em breve. A chamada nova educação impôs a necessidade de abordagens e disciplinas diferenciadas,  que preparem os estudantes para um mercado ávido por novas competências e habilidades.

Neste cenário desafiador, pontua Valmera Ciampi, é preciso atenção especial à experiência do usuário, mas também à eficiência de retenção e aprendizado. No caso da Fael, que trabalha com um público adulto sobretudo na faixa etária igual ou superior a 35 anos, chamou a atenção o aumento da busca (23%) de estudantes na faixa dos 18 anos.

Essa tendência de crescimento do EAD também exige mais investimento em soluções educacionais. É preciso oferecer diferenciais que fortaleçam a formação e o interesse dos alunos. Em outras palavras, a inovação na educação diz respeito a um repensar geral das dinâmicas propostas e da performance do professor. Isso inclui, por exemplo, a aposta na gamificação, ou seja, a apropriação de recursos típicos do universo dos games para tornar o processo de aprendizado mais prazeroso.

A chamada geração Z, os nativos digitais, já não encontram no formato acadêmico tradicional as respostas que buscam para seu futuro. As universidades mais tradicionais, inclusive, demonstram dificuldade de seguir esse ritmo acelerado de inovação. A tendência é que mudanças irreversíveis surjam e venham acompanhadas de grandes desafios. Independentemente dos modelos, uma dica é certa: “Não deixem de estudar, seja isso no formato EAD ou presencial”, reforça Valmera Ciampi.

Veja outras tendências da inovação na educação

1. Aposta na realidade virtual ou aumentada

Além da gamificação, a tecnologia educacional prevê mais investimentos na realidade virtual ou aumentada. Essa experiência, além de divertida e prazerosa, permite uma maior interação do estudante com o conteúdo abordado. 

2. Empreendedorismo como metodologia

Em termos de inovação e educação, a ideia é garantir uma visão empreendedora que vá além dos negócios, ou seja, voltada para a proatividade, protagonismo, desenvolvimento pessoal autodirigido e criatividade. O aluno assume papel de destaque no processo de aprendizagem. 

3. Inteligência Artificial (IA) em prol da educação

Sem dúvida alguma, a Inteligência Artificial é uma ferramenta essencial na educação. Ela favorece a coleta dos dados e torna possível identificar o padrão de erros e acertos dos alunos, por exemplo, entre outros benefícios. Em uma plataforma que utiliza o IA, o estudante acompanha – em tempo real – sua evolução, as aulas que deverá assistir e as principais dificuldades verificadas no processo de aprendizagem. O desafio é tornar os profissionais de educação aptos a adotar essa ferramenta em suas rotinas diárias. 

11 nov 2021, às 10h04. Atualizado às 10h06.
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