Em entrevista exclusiva à Rádio Jovem Pan News Curitiba, o secretário de Estado da Educação e do Esporte, Renato Feder, falou sobre os casos de violência registrados nesse início de ano letivo em diversas cidades paranaenses. Para o secretário, os acontecimentos fazem parte de um momento de “descompressão” dos estudantes no retorno às aulas presenciais após dois anos de pandemia da Covid-19, e a situação logo deve voltar à normalidade.

“Esse é um momento de muito acolhimento porque muitos estudantes chegam estressados. Muitos deles sofreram problemas de violência em casa nesse período sem aulas presenciais. Então, é lógico que temos essa descompressão neste retorno, e isso certamente vai melhorar com o tempo. Existe o que é notícia e o que não é notícia. Então, são dez casos que ocorreram, mas temos um milhão de alunos. Mas nós temos que saber lidar com isso e podemos atacar a questão cobrando os alunos para que eles se comprometam com o aprendizado”,

comentou o secretário.

O secretário afirma também que o governo trabalha em três frentes para combater e prevenir a violência nas escolas.

“A primeira frente é oferecer muita educação aos alunos, para que ele se envolva e vá para a escola para estudar realmente. O segundo ponto é que o estudante tem que estar estimulado para aprender. Por isso nós temos quase 300 mil estudantes fazendo aulas de reforço, no contraturno escolar. E o terceiro ponto é a questão humana. Por isso temos o teleatendimento psicológico e empoderamos diretores e pedagogos para proporcionar um atendimento individualizado aos alunos e professores”, enumerou.

Feder também falou sobre o desafio de manter as escolas em atividade durante a pandemia com o ensino remoto. E se mostrou satisfeito com os resultados das avalições que foram feitas no período.

“Felizmente 600 mil estudantes continuaram com a gente nesses dois anos, e seguiram aprendendo. Como sabemos disso? Porque em português, na avaliação nós tivemos um resultado até melhor do que o de antes da pandemia. Em matemática tivemos uma perda e nas outras disciplinas não tivemos problemas. E um ponto importante foi que evoluímos uns dez anos na tecnologia. Outros estados menos organizados jogaram o ano-letivo de 2020 para 2021, ou o de 2021 para 2022. Aqui nós não fizemos isso porque não podemos só revisar o conteúdo, temos que ir em frente. Por isso optamos pelo reforço de aprendizagem no contraturno”,

destacou o secretário.

Feder comentou ainda os resultados da implantação das escolas cívico-militares no Paraná.

“Nós temos 120 escolas cívico-militares e dobramos o número de matrículas. O diferencial delas é muito mais uma questão de disciplina e comportamento. Ou seja, é uma questão muito mais administrativa porque nenhum militar que está na escola interfere no conteúdo ensinado ou na autonomia do professor”, contou Feder.

O secretário também destacou a ampliação da oferta do ensino técnico nas escolas públicas, atendendo, de acordo com ele, uma demanda até então reprimida.

“Uma das missões que o governador foi a de aumentar o número de alunos no ensino técnico. Na Europa esse índice é de cerca de 50%. No Brasil e no Paraná era de apenas 15%. Nós mantivemos os cursos que já tínhamos e fizemos uma parceria com a Unicesumar, com os cursos de Sistemas, Administração e Agronegócio. Com isso, subimos esse índice para 36%”, destacou.

Sobre a questão da eventual exigência do passaporte vacinal dos alunos, o secretário desatacou que esse assunto é da alçada de outros órgãos do governo.

“Assuntos de saúde são tratados pela Secretaria da Saúde. Não cabe aos educadores tratar desta questão em que não temos a competência específica. Mas eu acredito que não é correto impedir o aluno de frequentar a escola”, concluiu.

4 abr 2022, às 13h44. Atualizado às 15h59.

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