por Caroline Maltaca
com supervisão de Rodrigo Sigmura

Rafael Celestrin, de 32 anos, ocupa um lugar de mudança na sociedade: o cargo de professor. Além disso, o curitibano, hoje vereador no município de Pato Branco, no sudoeste do estado, dá voz a uma grande parcela da população que, em pleno século XXI, ainda pede por inclusão: os deficientes visuais.

“Inclusão e acessibilidade são temas latentes”,

afirma o professor.

Rafael foi diagnosticado aos nove anos de idade com uma doença rara chamada bioritmoplativa oxidativo famíliar. A descoberta veio após o curitibano bater sua cabeça contra a de um colega na escola em que estudava. Ali, o futuro professor perdeu gradativamente sua capacidade de enxergar.

Com as dificuldades se agravando cada vez mais, Rafael ficou completamente cego aos 13 anos. Nesta época, o professor ainda não sabia o que realmente seria ser “quando crescesse”. Ele chegou a cursar magistério na década de 1990 com o intuito de se tornar psicólogo, mas ao longo da vida acadêmica, Rafael entendeu que sua missão, na realidade, era ser professor.

“Acabei investindo na pedagogia”,

contou.

Após formado no magistério, Rafael se profissionalizou como analista de sistemas e em seguida, pedagogo. Em 2011, o professor passou a integrar o grupo de profissionais da rede pública de Pato Branco.

Primeiro vereador deficiente é um professor

A ideia de entrar na vida política e defender a causa da inclusão, não só na área da educação, mas também nos esportes, na saúde, e em outros aspectos, surgiu em 2016 em uma conversa com um colega que tinha sido vereador.

“Estávamos conversando sobre políticas públicas, sobre direitos e deveres…”,

revelou.
(Foto: Reprodução/ Redes Sociais)

Neste mesmo ano, Rafael tentou uma cadeira na câmara de vereadores, mas perdeu. Em 2020, novamente o professor lançou a candidatura e dessa vez ficou entre os seis mais votados do município.

“Fui o sexto mais votado de Pato Branco e sem dúvida nenhuma minha bandeira sempre foi a inclusão”,

conta com orgulho o vereador.

Agora, acompanhando a política de perto, Rafael acredita que a paixão por sua profissão e a dedicação ao seus alunos podem alcançar novos rumos. Isso porque, apesar de eleito, o professor não deixou as salas de aulas. Sendo o único professor de braile da rede pública na cidade, o curitibano mantem uma rotina agitada e de muita dedicação.

“Inclusão vai do interesse das pessoas”.

Ser professor

Nesta sexta-feira (15), comemora-se o dia dos professores. Questionado sobre o que é de fato representar está profissão, Rafael expressou seu carinho ao corpo docente:

“Primeiramente parabenizar o corpo docente, porque é uma profissão fundamental. Não teríamos engenheiros e médicos, por exemplo, sem professores. Com certeza um bom jornalista passou por um bom professor, não é mesmo? Então um abraço aos profissionais da educação”,

contou Rafael.

Para Rafael, é necessário que haja cada vez mais profissionais que abracem a educação e tomem a para si, pois “só assim construiremos um futuro de mudança”.

“Ser professor é ser o responsável pela construção do conhecimento e da evolução de uma nação”,

finalizou o professor, inspiração de muitos alunos.
15 out 2021, às 07h21.
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