Carreira em Foco

por Luciana Gazzoni

Você não vive no vácuo. Relacionar-se é uma necessidade psicológica básica. O principal fator preditivo do bem-estar é a nossa conexão com aqueles com quem nos importamos e que se importam conosco. A sua melhor versão (e a pior também!) ganha vida através das interações com os outros – através de seus relacionamentos. Relacionamentos são o principal gerador de bem-estar; quando vão mal, eles produzem dor e mal estar. Quando vão bem, os relacionamentos produtivos e saudáveis são uma alavanca fundamental para a nossa vida.

O investimento em nossos relacionamentos é de fundamental importância tanto na nossa vida pessoal quanto profissional. Pessoas bem relacionadas profissionalmente colhem os frutos de serem chamadas para oportunidades únicas, de conseguirem fazer seus projetos acontecerem com mais fluidez, e terem o apoio e aliança quando precisam.

E por onde começar?

APRECIAÇÃO

A gente se acostuma bem rápido com as coisas boas da vida. Você compra algo novo e nos primeiros dias fica empolgado com todas as novidades mas algumas semanas depois talvez isso não seja mais tão importante. Isso  também acontece com as pessoas que são importantes para nós. Você se acostuma com elas e assume como garantido que estarão lá.

E como poderia fazer diferente? Você pode cultivar a apreciação. Como seria a sua vida sem essa pessoa? Pense em alguém no trabalho e alguém na sua vida pessoal. Quando foi a última vez que você verbalizou apreciação por uma força deles?

Uma das emoções positivas mais fáceis de cultivar é a gratidão. Infelizmente o termo foi banalizado mas significa ter consciência das coisas boas que acontecem, genuinamente expressar agradecimento,  admirar e agradecer a própria vida (NIEMIEC, 2019).  Quando você usa a gratidão em seus relacionamentos é uma maneira muito positiva de cultivá-los. Notar e expressar as pequenas coisas boas que as pessoas estão fazendo.

CURIOSIDADE

Outra forma de nutrir seus relacionamentos é a curiosidade. Curiosidade é um dos antídotos para a negatividade. Ao invés de supor que você já sabe o que o outro está sentindo, pode ser bem útil partir da premissa que você não sabe o que outro pensa ou experimenta. Então use a curiosidade.

Você pode exercitar a sua curiosidade empática no ambiente de trabalho. Sabe aquela área que parece ser mais difícil de se relacionar? Que tal ir explorar o mundo do outro? Qual é a realidade deles? Quais são os desafios? Quais são as metas? Em que contexto estão imersos? Depois veja como isso impacta os pressupostos que já havia estabelecido sobre eles.

Esse exercício também pode ser feito em casa. Em nosso papel privado muitas vezes pressupomos que sabemos o que o outro está sentindo e vivendo e muitas vezes isso nos desconecta. Da mesma forma, precisaremos trazer a curiosidade para explorar e apreciar os pensamentos e sentimentos do outro e assim gerar uma real conexão.

Melhores conexões e relacionamentos acontecem com entrega total. E isso significa colocar toda a nossa atenção e consciência na pessoa com quem estamos.

E por que eu misturo neste artigo o papel pessoal e o profissional? Pois já é tempo de nos enxergarmos de forma integral.

21 set 2020, às 18h50.
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