Por Ann Saphir e Howard Schneider

(Reuters) – As autoridades do Federal Reserve estão avaliando ajustes à política monetária que podem resultar na manutenção das agressivas medidas de estímulo do banco central por muito mais tempo do que sob sua rubrica anterior, mostrou nesta quarta-feira a ata da última reunião do Fed.

O documento, referente ao encontro de 28 e 29 de julho, também mostrou que as autoridades estão preocupadas com o risco de que a recuperação da contração econômica provocada pela pandemia de coronavírus mostre uma trajetória incerta.

Por exemplo, eles julgaram que a recuperação do emprego vista em maio e junho provavelmente desacelerou e que “melhoras substanciais” adicionais no mercado de trabalho dependem de uma reabertura “ampla e sustentada” da atividade empresarial.

A ata ainda mostrou que os membros do Fed estãos e aproximando de um acordo sobre mudanças no arcabouço de política monetária, incluindo em seu Comunicado de Metas de Longo Prazo e Estratégia de Política Monetária.

Os membros “concordaram que… refinar o comunicado poderia ser útil para aumentar a transparência e responsabilidade da política monetária”, mostrou a ata do Fomc.

“Os participantes destacaram que o Comunicado de Metas de Longo Prazo e Estratégia de Política Monetária serve como base para as ações do comitê e que será importante finalizar todas as mudanças ao comunicado no futuro próximo.”

Os formuladores de política monetária decidiram aperfeiçoar sua abordagem de política monetária ao fim de 2018, quando se preocuparam com o fato de que a baixa inflação e as baixas taxas de juros em âmbito mundial indicariam que precisariam de ferramentas mais aprimoradas do que antes para combaterem futuras recessões.

Isso foi bem antes de a pandemia encerrar um período recorde de crescimento na atividade e empurrar a maior economia do mundo a seu pior tombo desde os anos 1930.

O Fed respondeu cortando as taxas de juros, adquirindo trilhões de dólares em títulos, lançando uma série de novos programas de empréstimos e sinalizando que espera oferecer anos de apoio extraordinário para retomar o crescimento.

Na conjuntura atual, com a taxa de desemprego em 10,2%, cortes drásticos neste mês no auxílio governamental para famílias e empresas e o vírus continuando a se propagar, mudar o abrangente arcabouço do Fed pode ter pouco impacto de curto prazo na política monetária.

Mas pode sinalizar a disposição do Fed em manter o pé no acelerador monetário e talvez de tomar medidas ainda mais agressivas no futuro.

Na reunião de política monetária de julho, todos os dez membros votantes do comitê de definição de juros (o Fomc) concordaram em deixar a faixa-alvo para taxas de juros de curto prazo entre zero e 0,25%, onde tem estado desde 15 de março, quando autoridades de governo começaram a interromper as atividades empresariais para conter a propagação do vírus.

Os membros do Fomc também mencionaram que as perspectivas para a economia dependem do cenário para o vírus, que já vitimou mais de 171 mil pessoas nos Estados Unidos, de acordo com uma contagem da Reuters.

Desde o mês passado, o número de novas infecções diárias pelo coronavírus caiu, mas ainda segue em uma média de mais de 50 mil. Em algumas partes do país, escolas tiveram que atrasar, reverter ou abandonar planos de voltar a aulas presenciais, colocando pressão sobre os pais que trabalham.

Um membro do Fomc –o presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari– tem feito lobby por uma nova interrupção nacional para colocar o vírus sob controle, visando fim mais rápido da pandemia apesar de problemas econômicos de curto prazo.

tagreuters.com2020binary_LYNXNPEG7I1FK-BASEIMAGE

19 ago 2020, às 16h04. Atualizado às 16h10.

No Ar

Balanço Geral Curitiba

As principais notícias de Curitiba e região, de segunda a sábado. Acompanhe com Matheus Furlan.

🔴AO VIVO

Próximos programas

  • 17h20 RIC Notícias Tarde
  • 20h55 Cidade Alerta Paraná
Mostrar próximo post
Carregando