por Giselle Ulbrich
com informações da RICtv Londrina

A greve dos trabalhadores do transporte coletivo de Londrina deve continuar, pelo menos nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira (03). Isto porque os trabalhadores vão votar em assembleia, a partir das 6h da manhã, se aceitam a determinação da Justiça, sobre o repasse do vale alimentação e do PPR (Programa de Participação de Resultados). Veja o resultado da votação clicando neste link: Trabalhadores votam por continuar greve de ônibus em Londrina, nesta quinta (03).

Os funcionários das duas empresas de transporte de Londrina, a TCGL e a Londrisul, estão sem receber o vale alimentação e o PPR, conforme havia sido acordado antes. Por isto, cruzaram os braços na última terça-feira (28). Na audiência de conciliação realizada pela Justiça do Trabalho, na tarde desta quarta-feira (02), o juíz Carlos Augusto Penteado Conte determinou que a prefeitura de Londrina pague os quase R$ 2 milhões (exatos R$ 1 milhão e 964 mil) referentes ao que é devido aos trabalhadores.

O dinheiro é um adiantamento do reequilíbrio econômico financeiro que as empresas pediram à prefeitura, referente às perdas que tiveram em 2021, por causa da crise econômica. Na época, foi a própria prefeitura quem propôs baixar a tarifa de R$ 4,25 para R$ 4 e que ela arcaria com esse reequilíbrio. No entanto, o valor, que as empresas dizem estar em R$ 43 milhões, ainda não foi pago.

A Justiça ainda deu um prazo de 15 dias corridos para que a prefeitura deposite o dinheiro nas contas das empresas e mais cinco dias para que os valores estejam na conta dos funcionários, somando um total de 20 dias.

“As empresas estão se aproveitando desta paralisação para botar pressão no pagamento do reequilíbrio. As empresas estão pedindo, juntas, 43 milhões. Mas o valor não foi pago porque a prefeitura ainda está avaliando se valor é este ou não. As empresas não fizeram muito esforço para evitar que funcionários entrassem em greve“,

disparou Wilson de Jesus, diretor de transportes da CMTU, companhia que administra o transporte coletivo na cidade.

Mas vai ter greve?

O sindicato que representa a categoria, o Sinttrol (Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Londrina), levará o tema à votação da categoria entre 6h e 7h desta quinta-feira (03), nas garagens das duas empresas. Os trabalhadores deverão decidir se aceitam a proposta da Justiça, para receber os valores em até 20 dias, ou se o valor deve ser pago imediatamente. Eles podem até exigir o pagamento imediato, mas isso pode prejudicar as negociações na Justiça.

Em abril de 2021, os trabalhadores já fizeram outra paralisação, por falta de pagamento de salários.

Quem não está gostando também desta história de greve são os comerciantes locais. A Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil) disse que entende a greve e os direitos trabalhaistas. Mas também diz que os comerciantes e a população em geral estãopenando para se recuperar da crise financeira e que uma greve do transporte, no momento, não ajudaria.

Veja na íntegra a nota da associação:

“A ACIL – Associação Comercial e Industrial de Londrina – entende e respeita os direitos trabalhistas. No entanto, a instituição considera que o empresário e a população em geral não devem arcar com os prejuízos ocasionados pela greve no transporte coletivo. A classe empresarial vem tentando se recuperar dos efeitos negativos da pandemia e é preciso, portanto, manter a economia em funcionamento com o mínimo de estrutura logística de transporte público. A ACIL espera que haja bom senso na resolução do impasse trabalhista e, principalmente, que sejam levadas em conta as necessidades coletivas, comuns a toda a cidade. E espera, agora, que o serviço de transporte público volte a funcionar o mais rápido possível em Londrina.”

3 mar 2022, às 06h21. Atualizado às 10h04.
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