Uma pesquisa realizada pela Associação Federal Alemã de Tecnologia da Informação (BITKOM), revelou que somente 18% dos usuários da internet determinam o destino das suas contas nas mídias sociais, em caso de falecimento.

“Diante dessa falta de planejamento, quando a morte acontece, os familiares se veem em uma situação na qual raramente sabem o que fazer”,

afirma Aline Bak, especialista em influência digital.

Por outro lado, atualmente, as mídias sociais se transformaram no mais importante canal para obituário, na hora de comunicar que um parente ou amigo veio a falecer. 

A especialista explica que é importante dar atenção a este assunto, visto que as redes sociais para algumas pessoas podem ser uma espécie de ‘herança pessoal’.

“É preciso pensar nas mídias sociais de um indivíduo como sua herança pessoal”, enfatiza Aline. “As publicações realizadas são o legado digital daquela pessoa”, diz ela. “Na dúvida sobre o que fazer, uma boa ideia é ponderar sobre a importância que aquela pessoa dava para suas mídias sociais em vida”,

enfatiza Aline, lembrando que muita gente tem o hábito de registrar praticamente todo o seu dia-a-dia nas mídias sociais.

Segundo Aline, uma dica é transformar aquela rede social em um memorial, eternizando as lembranças e postagens daquela pessoa querida e preservando sua imagem com mensagens que tragam recordações. 

E o que dizer de contas que são monetizadas e funcionam como um negócio, por exemplo? “É essencial trazermos uma reflexão sobre as redes sociais e os direitos dos herdeiros ao assumirem esse patrimônio digital”, explica a advogada Maria Cláudia Freitas. “No Brasil, não existe lei expressa acerca da herança digital, nem doutrina e jurisprudência pacífica. Temos apenas decisões isoladas sobre essa temática, gerando muitos conflitos e insegurança jurídica”, diz a especialista.

E tanto Aline Bak como Maria Claudia destacam a importância das famílias iniciarem conversas sobre o tema. 

“Esse assunto, apesar de difícil, deve ser encarado com naturalidade”, explica Aline Bak.  “Mais econômico, porém arriscado, seria fornecer as senhas para uma pessoa de confiança”, afirma Maria Claudia.

Atualmente, há diversos exemplos de pessoas famosas que faleceram cujas contas se mantêm ativas pela família. 

“A família de Marília Mendonça, que morreu em novembro de 2021, usou as redes sociais dela para informar o ocorrido e postou sobre os projetos da cantora que estavam em andamento. Hoje, o perfil segue visível para manter a memória de Marília”, conta a especialista.

“Já no caso de Gugu Liberato, a família transformou o perfil do apresentador em uma rede para disseminar boas notícias, como uma corrente do bem, mostrando o que fazer para doar órgãos e outras informações de utilidade pública para ajudar a sociedade em geral. Este formato funcionou por um tempo, depois, a família optou por não transformar o perfil em memorial”, conta Aline.

O que fazer com cada rede social após o falecimento

  • Instagram: De acordo com as políticas da própria plataforma, a conta da pessoa falecida pode se transformar em memorial ou ser excluída. “Para isso, é necessário enviar um formulário no Instagram, na sessão de ‘ajuda’, anexando alguns documentos que comprovem a existência e morte do indivíduo, como certidões de nascimento e óbito, além de documentos que atestem, de acordo com a legislação local, que você é representante daquela pessoa”, explica Aline. “Mas vale ressaltar que, quando a conta vira ‘em memória’, algumas configurações não podem ser mais acessadas e as publicações antigas não podem ser alteradas”, enfatiza ela. Tem mais: a expressão “Em memória de” será exibida ao lado do nome da pessoa no perfil. E estas contas não aparecem em alguns locais no Instagram, como no “Explorar”.
  • Facebook: Também pertencente ao grupo Meta, o procedimento de envio de formulário e documentos para a conta virar um perfil ‘em memória’ é semelhante ao do Instagram. “Mas existe também a possibilidade de o usuário nomear, em vida, uma pessoa para ser o responsável pela conta, caso aconteça algo com ela”, explica Aline. “Essa pessoa recebe uma notificação e pode escolher a melhor maneira de seguir com o perfil”, diz.
  • WhatsApp: Como é uma rede voltada para mensagens privadas e diretas, elas são criptografadas. “Por isso, quando uma pessoa morre, não é possível o representante ou familiar fazer gestão das mensagens”, afirma Aline. “No entanto, a conta do usuário falecido pode ser excluída”.
  • Twitter: Nesta rede social, o indicado é fazer a exclusão da conta de forma permanente. “Familiares próximos ou representantes legais podem solicitar um formulário para pedir a desativação da conta”, recomenda Aline.
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25 maio 2022, às 14h03. Atualizado às 14h08.

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