por Daniela Borsuk
com informações de Thais Travençoli, da RIC Record TV Curitiba

A pandemia da Covid-19 deixou sequelas. Físicas, psicológicas, emocionais… algumas que podem ser tratadas e amenizadas com o tempo, e outras marcas que são permanentes e mudaram completamente a vida não só das vítimas, mas também de seus familiares. Foi o caso da pequena Estela, de sete anos, que ficou órfã em abril deste ano, após os pais serem infectados com o novo coronavírus e terem perdido a batalha.

A menina teve, em casa, um exemplo de amor e companheirismo, que cresceu observando na relação dos pais: Advonmir, de 42 anos, e Elizandra, de 43 anos. O casal tão unido acabou falecendo com apenas um dia de diferença, deixando a criança aos cuidados dos avós. Marlene Teles Maria da Costa, de 67 anos, e o marido, Advonzir Elias da Costa, avós de Estela, residiam no Litoral e decidiram se mudar para morar com a neta em Curitiba.

“Eu perdi o chão, eu não esperava. A primeira coisa que eu pensei foi na netinha. Porque a minha neta era muito apegada com a mãe, elas eram muito amigas”,

lembrou Marlene.

Estelinha foi muito esperada pelos pais. Foram 14 anos tentando ter a criança, que veio com saúde e que trouxe muita alegria para o casal. Após o falecimento, os familiares tiveram que ressignificar muita coisa e contaram com a ajuda de uma amiga, Erika Checan, que é capelã e musicoterapeuta, e trabalha em hospitais com acolhimento espiritual. Para conversar com Estela, Erika escolheu um livro que conta a história bíblica da Rainha Ester.

“Este livro que é ‘Rainha Ester’, e Ester está vinculado ao nome Estela, por isso que eu cheguei nesta conclusão deste livro. E quando eu abri o livro, olha só o que nós temos na primeira frase: “Era uma vez uma jovem órfã”. Não foi uma experiência fácil. Eles estão nos direcionaram para irmos até o quartinho da Estela, onde Estela estava dormindo. Nós chegamos lá cantando algo assim ‘você é linda demais, perfeita aos olhos do pai’, então ela foi acordando, ela coçava os olhinhos, quando eu vi, ela é uma fofa, eu queria trazer para casa”, descreveu Erika.

Estela entendeu que os pais estavam muito doentes e acalma seu coração pensar que um dia irá revê-los.

“Eu estou triste e feliz ao mesmo tempo, porque Deus não queria eles sofrendo lá no hospital e ele deu o melhor caminho para eles. Eu estou triste porque eles se foram, mas eu tenho fé que quando eu também me for eu vou encontrar eles lá”,

explicou a pequena.

A menina agora segue a vida com a mesma alegria de sempre, sentindo falta dos pais, claro, mas sendo cuidada carinhosamente pelos familiares. “Ela fala que o vovô a e vovó cuidam muito bem dela. Que o papai e a mamãe nunca vão ser substituídos, mas que o vovô e a vovó estão cuidando bem dela. Então talvez seja isso que ela se sinta tranquila“, desabafou Marlene.

Veja a matéria completa no Balanço Geral:

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24 nov 2021, às 15h31. Atualizado às 15h54.
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