Tem gente que gosta do clima, tem gente que gosta dos parques, tem gente que gosta da gastronomia e da cultura, e também tem gente que gosta de tudo isso junto. Curitiba é aquela cidade que oferece opções para quem gosta de tranquilidade e de agito, para quem é fã de culinária tradicional e para aqueles que preferem comida de boteco. Até o tão comentado clima da capital paranaense consegue agradar gostos diferentes: no verão um caldo de cana no Barigui, no inverno um quentão na feirinha.

As diferentes opções de Curitiba refletem a variada formação do povo curitibano. A cidade, que para alguns ainda pode ser considerada de um povo fechado, é abrigo para muitos que se identificam com a cultura. Na história, imigrantes europeus, asiáticos e africanos ajudaram a formar o povoado que virou metrópole. Assim como paulistas, gaúchos, mineiros, nordestinos, e brasileiros de todos os estados, que escolheram a ‘terra com grande quantidade de pinheiros’ para se viver.

Formação de Curitiba

Durante os séculos XIX e XX, alemães, franceses, suíços, poloneses, italianos, ucranianos, e outros povos desembarcaram para acompanhar de perto o desenvolvimento da cidade fundada em 29 de março de 1693. Na sequência, japoneses, sírios e libaneses também se estabeleceram em grande quantidade na capital.

A presença dos imigrantes ajudou a construir Curitiba. Basta um rolê pela capital para encontrar memoriais, praças e monumentos em homenagem à cultura de outros países. Comunidades mantêm a tradição com danças e gastronomia que encantam e completam a capital do Paraná.

O Bosque do Papa e o Parque Tingui são palcos de apresentações de dança ucraniana e polonesa. As praças da Espanha e do Japão carregam no nome a lembrança de um povo que escolheu Curitiba. O pierogi, a polenta com frango, o acarajé, a feijoada, o açaí, a arepa, o crepes, em cada barraca das diversas feirinhas da capital, um povo deixa sua marca.

A capital também é acolhedora com refugiados. Segundo uma estimativa da Casa Latino Americana (Casla), Curitiba abriga cerca de 20 mil imigrantes e refugiados. Em decorrência de guerras já no século XXI, haitianos e sírios chegaram à capital entre 2011 e 2016. Recentemente, venezuelanos e ucranianos foram acolhidos para iniciar uma nova vida.

Para celebrar os 329 anos de Curitiba, o RIC Mais selecionou personagens que escolheram a capital paranaense como lar. Imaginou como é para um jovem do interior de Sergipe ou da região de Manaus, encarar nosso clima. E para uma holandesa, da área metropolitana de Roterdã, se adaptar à rotina curitibana. E a rivalidade que uma hermana argentina enfrenta sempre que acontece o maior clássico do mundo? Prazer, os novos curitibanos!

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Curitibanos de coração (Foto: Arquivo Pessoal)

Curitiba conquista holandesa com clima europeu

Barbera Van Den Tempel é natural de Schiedam, no oeste da Holanda. A cidade, que fica próximo a Roterdã, tem aproximadamente 75 mil habitantes e um clima com temperaturas consideradas baixas, comparadas a um país tropical, como o Brasil. Porém, desde 1986, Curitiba é cidade da artista plástica holandesa.

Aqui na capital paranaense Barbera se encantou pelo clima, encontrou boa qualidade de vida e se diverte com as opções da cidade. O Parque Barigui é o local favorito da holandesa tanto para praticar esportes, como para aproveitar a natureza. Os museus, que inclusive possuem dias com visitação gratuita, também estão entre os pontos preferidos da artista.

“Curitiba encanta com seus parques. O verde no meio da cidade, como o Passeio Público, mostra que a preocupação com a natureza já existe há muito tempo por aqui. Logo que cheguei em Curitiba eu ia todo domingo na Feirinha do Largo da Ordem e ficava encantada com os trabalhos dos artesãos e com as casas coloniais bem conservadas no meio do Centro da cidade”,

declarou Barbera sobre Curitiba.
Barbera, a holandesa curitibana (Foto: Reprodução/ Redes Sociais)

Mesmo sem festa de São João, sergipano adota Curitiba

A diferença climática entre Curitiba e cidades do nordeste é gigantesca. A maioria dos turistas que vêm conhecer a capital paranaense não possui japonas suficientes para encarar o inverno daqui. Entretanto, um sergipano, de Simão Dias, encontrou na cidade do sul as oportunidades para o sucesso profissional.

O engenheiro agrônomo José Venícius, ou Veni como é chamado pelos mais próximos, até sente saudades das festas de São João, e dos amigos e familiares. Porém, Curitiba ganhou um espaço especial no coração do sergipano, que não dispensa uma volta de bike pela capital. Quando o objetivo é refletir, que tal uma pausa na Universidade Livre do Meio Ambiente, ou então no Memorial Ucraniano.

“Muito obrigado linda Curitiba por me acolher! Cotidianamente te descubro e fico mais encantado. É inexplicável o sentimento que tenho nas inúmeras vezes que vou pedalar e me reencontro com seus pontos turísticos, concomitante a conhecer novos lugares, bares, restaurantes, parques. Teu clima é surpreendente, a cada dia gosto mais de cafés e vinhos,  adicionei também pinhão a minha lista de alimentos favoritos, só ainda não me acostumei quando me chamam de ‘Piá’. Meu muito obrigado e ‘Viva Curitiba’”,

referenciou Veni.
Veni durante um dos passeios por Curitiba (Foto: Arquivo Pessoal)

Sustentabilidade chama atenção de amazonense

A distância entre a capital do Amazonas e Curitiba é de aproximadamente três mil quilômetros. Se for considerar a cidade da família de David Reis, São Gabriel da Cachoeira, próximo a divisa com a Colômbia, a viagem aumenta em alguns dias. Entretanto não é só a distância quilométrica que separa as cidades, a cultura da região norte é muito diferente da encontrada na capital paranaense.

Mas o analista comercial David estava disposto a uma nova vida, com uma nova rotina em uma outra cidade. O verde, a arborização e a sustentabilidade logo colocaram Curitiba na frente na disputa. Desde o primeiro encontro até agora, oito anos depois, os mais de 30 parques continuam fazendo o amazonense se sentir em casa na capital paranaense. Apesar da saudade da gastronomia do norte.

“Curitiba, são 8 anos vivendo aqui. Lembro bem de um amigo que sempre fala que sou o Manauara mais Curitibano que ele já viu, tenho orgulho de viver nesta cidade, amo viver aqui. Hoje ao falar de Curitiba a sensação de pertencimento é enorme. Tenho muita admiração pelo Parque Tanguá e pela Ópera de Arame. Sempre que recebo pessoas de fora, esses são os primeiros lugares que levo, é onde me sinto em casa, é mágico. Curitiba com certeza a vida pulsa aqui e sou grato por me permitir viver aqui e desfrutar de toda essa beleza”,

comentou David.
David com a mãe em Curitiba (Foto: Arquivo Pessoal)

Origem Buenos Aires, destino Curitiba

Os destinos da argentina Sofia Nieto se encontraram com Curitiba. Natural de Buenos Aires, a diretora de RH se encantou com a limpeza da cidade e a riqueza dos parques. O povo curitibano também conquistou o coração de Sofi.

Na capital paranaense, o doce de leite não é igual ao argentino e as empanadas não possuem o mesmo sabor. Entretanto, a cidade compensa a diretora argentina com um clima agradável e um trânsito que não chega aos pés de uma metrópole.

“Hoje não consigo imaginar morar em outro lugar. Sentiria saudades do seu céu de brigadeiro, das suas noites geladas, do verde dos infinitos parques, especialmente da Unilivre. Amo escutar as pessoas falando que tiveram que atravessar a cidade e demoraram 30 minutos. Mal sabem eles que na minha cidade demoramos isso pra fazer 1km às vezes”,

contou Sofi.
Sofi com os filhos, Isabella e Benjamin (Foto: Gabriela Maistrovicz)

29 mar 2022, às 06h29. Atualizado às 06h40.
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