O palestrante e coach de inteligência emocional, Gabriel Paiva Cortez Costa, que atuava em Londrina, norte do Paraná, foi condenado por maus-tratos a animais. Ele, que é natural do estado da Paraíba, teria matado dois filhotes de cachorro da raça Buldogue, em 2019. O homem de 31 anos deve pagar aproximadamente R$ 83 mil e prestar serviços comunitários por três anos e oito meses.

Entre o final de 2018 e maio de 2019, Gabriel teria matado a cadela Akira, de cinco meses. Conforme o juízo da 3ª Vara Criminal de Londrina, o coach “manejou de forma brusca, enquanto lhe dava banho, provocando seu desfalecimento e posterior óbito”, depois que o animal urinou e sentou em cima da própria urina. Sobre este caso, o réu disse que “não houve tempo hábil para levá-lo a uma clínica veterinária” e assumiu “responsabilidade pela morte num contexto de dor e luto, haja vista ter ele caído de suas próprias mãos”.

Algum tempo depois, comprou outro filhote da mesma raça, em Curitiba, o qual batizou como Haka. Em maio, o animal foi levado para a clínica com ferimentos na pata. Em junho, voltou ao mesmo local apresentando o cachorro com traumatismo cranioencefálico, hematoma no olho, hemorragia na boca. Um dos funcionários da clínica veterinária teria alertado Gabriel de que “esse era o segundo animal dele que apresentava machucado, devendo ele tomar mais cuidados, pois filhotes de cães são frágeis e ele era musculoso, além da fratura em Haka ser grave e não ser comum“.

Não foi possível salvar Haka. O animal morreu após parada cardiorrespiratória. Nesta ocasião, o coach teria falado às atendentes que deu “tapinhas” no cachorro, informação que ele nega. Ele tentou cremar o corpo do cachorro em uma empresa especializada neste procedimento, mas o cadáver foi recolhido para necropsia. Foi confirmada que a morte foi decorrente a um edema cranial “muito forte e irreversível”.

Após a morte dos animais, uma médica veterinária registrou boletim de ocorrência. O Ministério Público do Paraná ofereceu denúncia contra o coach. A decisão do juiz Juliano Nanuncio leva em conta o motivo fútil para as supostas agressões e depoimentos de funcionários da clínica.

O advogado de defesa, Carlos José Cogo Milanez, explica que “não teria ocorrido nenhum tipo de agressão“, sobre Akira, e que “dentro do processo, não há qualquer elemento que aponte efetivamente para que esse animal tenha sido agredido”. Já sobre Haka, Gabriel disse que o encontrou “convulsionando no banheiro e batendo a cabeça no vaso sanitário”.

25 nov 2021, às 13h43.
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