por Isadora Deip
com informações da Agência Estadual de Notícias e supervisão de Giselle Ulbrich

Uma cobra exótica conhecida como corn snake (cobra-do-milho) foi encontrada nas ruas do município de Colombo, Região Metropolitana de Curitiba, no último final de semana. Ela foi entregue ao Setor de Fauna do Instituto Água Terra (IAT) e encaminhada a um empreendimento licenciado.

O animal deve participar de estudos relacionados à identificação de animais peçonhentos e sensibilização quanto ao impacto de espécies exóticas sobre a fauna nativa.

“A corn snake é uma serpente não-peçonhenta, ou seja, não possui veneno, mas ela é exótica no país, não é originária do território brasileiro e, portanto, sua criação e comercialização são proibidas no Estado”,

destaca o biólogo do setor de Fauna do IAT, Allyfer Ziemmer.

Crime

O Paraná possui uma lista de todos os animais considerados exóticos e com restrições de criação e comércio. O texto foi publicado oficialmente em 2015, pela Portaria IAP nº 246. Segundo Allyfer, a lista menciona que são exóticas todas as espécies de pítons, cobras comumente encontradas com pessoas.

Quem possui os animais listados na Portaria, sem a devida documentação, está agindo de forma ilegal e deve solicitar a entrega voluntária ao IAT. O tutor de um animal exótico, com criação e comércio proibidos, pode ser punido por crime ambiental.

Segundo a legislação, quem introduzir uma espécie animal no país, sem parecer técnico oficial favorável e licença expedida por autoridade competente, pode ser penalizado com detenção de três meses a um ano e multa. Já o ato de disseminar doença, praga ou espécies que possam causar dano à agricultura, à pecuária, à fauna, à flora ou aos ecossistemas, é passível de detenção de um a quatro anos e multa.

Prejuízos

A cobra encontrada na Grande Curitiba é nativa da região Sudeste dos Estados Unidos. O ato de retirar uma espécie de seu ecossistema natural e introduzi-la em outro ecossistema pode transportar doenças e parasitas.

“Isso, além de afetar as espécies nativas, pode também prejudicar os seres humanos”,

destaca o biólogo do IAT, Mauro de Brito.

Segundo o biólogo, os problemas podem ser ainda maiores quando as espécies exóticas apresentam características que as tornam invasoras, como falta de predadores, alta capacidade de reprodução, grande capacidade de deslocamento e ocupação do ambiente. Essas atitudes ameaçam ecossistemas, habitats ou outras espécies nativas.

“Muitas vezes, identificar se uma espécie exótica possui ou não potencial de se tornar invasora pode demorar. Por isso é preciso sempre trabalhar com a prevenção, para evitar que animais exóticos possam vir a se estabelecer nos ambientes naturais”,

completou o biólogo.

Dicas

O Estado orienta que nunca se deve comprar um animal exótico sem saber da procedência. Também é recomendado denunciar à Polícia Ambiental ou ao IAT a existência de comércios ilegais ou suspeitos de fauna.

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22 fev 2022, às 19h00. Atualizado às 19h01.
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