por Redação RIC.com.br
com informações da AEN

A motocicleta preta de André Gouveia da Fonseca não para. Munido do inseparável facão, o agricultor percorre a zona rural de Tamarana, na região norte do Paraná, de ponta a ponta em busca de áreas que permitam expandir as produções de gengibre e inhame. Conta, atualmente, com espaço de dez alqueires, dividido igualmente entre as culturas, espalhado por diferentes pontos da cidade.

Toca a administração dos negócios com mais dois irmãos, o que lhe permitiu ter a logística necessária para fechar o contrato que trouxe paz à família. Os Fonseca entregam semanalmente produtos para rede de supermercados Muffato, a maior do Estado. Comércio e renda garantidos, sem a necessidade de depender tanto da volatilidade das concorridas bancas da Ceasa de Londrina.

“Comecei cedo, com 12 anos meu pai já me levava para a lavoura. No início plantava verduras de todos os tipos, mas optei pelo gengibre e o inhame por causa do preço, que se mantém estável no mercado durante o ano todo.”

comenta o agricultor.
André Gouveia da Fonseca / Foto: José Fernando Ogura/AEN

‘Capital do gengibre

Da roça familiar ele tira anualmente 7 mil caixas de 24 quilos de inhame (média de R$ 3,50) e 4 mil caixas de 16 quilos de gengibre (média de R$ 6). É peça-chave no sistema que fez Tamarana ganhar informalmente o título de “capital do gengibre”.

O município de 15 mil habitantes é um dos 12 catalogados pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento como produtor da raiz no Paraná. Lidera o pequeno ranking. São, em média, 1,8 milhão de quilos por ano em uma área de 150 hectares.

Foto: José Fernando Ogura/AEN

“Era para ser mais. Eu mesmo dei uma segurada por causa da pandemia. Normalmente, por causa do frio e das festas juninas, maio, junho e julho são os melhores meses de venda. Sai muito gengibre para fazer quentão. Só que com a Covid-19 as festas acabaram, e o mercado ficou mais devagar.”

ressalta Fonseca.

A colheita do rizoma acontece entre abril e agosto, período mais frio do ano. Os agricultores contam com apoio integral do Governo do Estado através do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná).

Inhame

Fonseca explica que recupera, de certa forma, a instabilidade do gengibre com a cultura do inhame. Tamarana divide com Tijucas do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, o posto de especialista na cultura. São 3,2 mil toneladas de produção anual, puxando as fileiras paranaenses.

“Ajuda porque passamos a não depender tanto de um único produto. Tamarana também é muito forte no inhame, abastecendo boa parte do Estado”, conta o agricultor. “A vacinação está andando bem e tenho certeza que logo poderemos retomar os planos de crescer”.

30 ago 2021, às 16h24. Atualizado às 16h32.

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